A classe trabalhadora perdeu um de seus maiores inspiradores. José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, foi muito mais que um líder político: foi um símbolo de resistência, um utópico pragmático e um defensor incansável da justiça social, da soberania dos povos e da transformação radical da sociedade.
Conhecido como “o presidente mais pobre do mundo”, Mujica não via isso como um título de miséria, mas como um ato político contra o consumismo desenfreado. Ele nos provocava a refletir: “pobre não é quem tem pouco, mas quem precisa de muito”. Sua vida simples, em uma humilde casa no campo, longe dos palácios e luxos do poder, era uma declaração política viva – um chamado à sobriedade, à libertação das amarras do capital e à priorização do bem comum sobre o individualismo.
De ex-guerrilheiro – que enfrentou a repressão, prisão e a tortura durante a ditadura uruguaia – a Presidente da República, Mujica nunca abandonou seus princípios. Enquanto governante, promoveu políticas progressistas como a legalização da maconha, a descriminalização do aborto e a defesa dos direitos da comunidade LGBTQIAPN+, sempre com um discurso franco e acessível.
Teve grande contribuição filosófica para nossas lutas políticas. Para Mujica, “ser de esquerda não é uma questão de partido, mas de postura perante a vida” – uma escolha diária de colocar a solidariedade acima do egoísmo, a esperança acima do conformismo, e a ação acima da retórica.
Terça-feira (13/05), Mujica parte, mas seu legado permanece: nas ruas, nas lutas populares, nas diferentes resistências contra a opressão.
O SINASEFE lamenta essa perda e se solidariza com todas as pessoas que lutam e que perdem nesse momento uma referência e um companheiro!
Mujica presente! Hoje e sempre!
