29 de janeiro: Dia da Visibilidade Trans

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O dia 29 de janeiro é dedicado à visibilidade trans, a data foi criada em 2004, após ato em Brasília-DF que lançou a campanha “Travesti e Respeito”, no Congresso Nacional. A campanha foi um marco na história do movimento contra a transfobia, sendo organizada por pessoas trans e travestis. Para o SINASEFE, as lutas feitas até aqui foram muito importantes, mas ainda há muito a ser feito.

Lutar para transformar a realidade

O Brasil é um dos países que mais mata travestis e transexuais no mundo: 1.181 pessoas trans foram assassinadas nos últimos nove anos, segundo dados da Rede Nacional de Pessoas Trans Brasil (RedeTrans). “Estes números não refletem a realidade de violência e exclusão imposta a este segmento, pois a subnotificação, a invisibilização e o silenciamento de dados é outra face dessa realidade”, explica o Dossiê: Registro Nacional de mortes de pessoas trans no Brasil em 2024: da expectativa de morte a um olhar para a presença viva de estudantes trans na Educação Básica brasileira (acesse aqui o Dossiê, ou leia abaixo).

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Extrema-direita ignora direitos e existências das pessoas trans

Bolsonaro no Brasil, Milei na Argentina, Trump nos EUA: os direitos e as vidas das pessoas trans são atacados pela extrema-direita. Bolsonaro mentiu compulsivamente sobre um “kit gay feito pelo MEC” e criou terrorismo moral falando em banheiros unissex. Milei fez discursos pavorosos em Davos na semana passada, atacando o feminismo, o ambientalismo, a imigração, o direito ao aborto e, principalmente, as pessoas LGBTQIAPN+.

Trump, que acabou de assumir seu segundo mandato nos EUA, usou suas primeiras ações para atacar direitos humanos e as primeiras vítimas foram justamente as pessoas trans. Dentre os ataques estão:

  • Extinguir políticas de diversidade na Administração Federal;
  • Impedir uso do gênero correto pelas pessoas trans e não-binárias em documentos oficiais;
  • Impor que mulheres trans devem ficar presas em presídios masculinos e que homens trans devem ficar presos em presídios femininos.

Redes sociais à serviço do ódio

O X, de Elon Musk, permite discursos de ódio e os chama de “liberdade de expressão”. A Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp), de Mark Zuckerberg, mudou seus termos neste mês de janeiro de 2025 e passou a permitir que pessoas LGBTQIAPN+ possam ser ofendidas e discriminadas. O Telegram, de Pavel Durov, tem feito vistas grossas e agido de forma lenta para apagar grupos que disseminam discursos de ódio. Se as “PIG techs” não forem enquadradas dentro de leis que regulem o ambiente virtual, vidas de pessoas trans, de outros grupos minorizados, e a própria democracia estarão em risco!

Atuação do SINASEFE

A tese intitulada “Não somos invisíveis e exigimos nosso espaço! Pela criação da Coordenação LGBTQIA+ do SINASEFE”, aprovada no 35º CONSINASEFE, possibilitou a inédita criação de uma coordenação específica para tratar das questões de identidade sexual e de gênero no sindicato. As pessoas pertencentes à comunidade LGBTQIAPN+ sentem na pele a invisibilidade das suas pautas. O caminho percorrido foi longo, e muitas vezes foi necessário gritar para garantir espaço na luta sindical.

Ainda em agosto de 2023, foi lançado o manifesto “Não Somos Invisíveis: Manifesto pela criação do GT LGBTIA+”. Esse documento destacou a necessidade de maior visibilidade e representação da comunidade LGBTQIAPN+ no âmbito do SINASEFE. A iniciativa do manifesto teve como objetivo integrar as pautas às discussões sindicais, enfatizando a importância de combater preconceitos nos espaços de trabalho e de militância, além de abordar a homofobia e os desafios enfrentados pela comunidade, como a discriminação e a violência no Brasil.

Durante o 36º CONSINASEFE a 15ª Direção Nacional do SINASEFE tomou posse e, esta gestão, que se estenderá até 2026, vai contar com a coordenação Coordenação de Políticas para LGBTQIAPN+.

Visibilidade à pauta

Para romper todas as barreiras de invisibilidade, a Coordenação de Políticas para LGBTQIAPN+ apostou na elaboração de uma identidade visual inclusiva para dar visibilidade e reforçar o compromisso do SINASEFE com as políticas voltadas para as comunidades LGBTQIAPN+. Além disso, a produção e o uso de materiais personalizados específicos para essa pauta cria um impacto duradouro, posicionando o SINASEFE como referência na luta por igualdade, respeito e inclusão no movimento sindical e nas nossas Instituições Federais de Ensino (IFEs). A identidade visual e os materiais personalizados não são apenas representações simbólicas, mas também ferramentas práticas e estratégicas para engajar integrantes do SINASEFE, além de fortalecer, em nossas IFEs, a luta por direitos iguais”, destaca a Coordenação de Políticas para LGBTQIAPN+.

Formação e parcerias

“O SINASEFE precisa oferecer formação para sua base sobre questões LGBTQIAPN+, sobretudo sobre o que envolve a população trans, porque, enquanto formos apenas uma marca discursiva no ‘todes’, não saberão de fato quais são nossas demandas. Temos de repensar profundamente a estrutura patriarcal, a começar pelo binarismo opositor homem-mulher que marca sempre o olhar de camaradas de luta. Opressões e cultura de dominação não podem ser toleradas no sindicato, e temos sempre que pensar de forma interseccional, considerando raça, classe, gênero, território, dentre outros marcadores”, ressalta Calu, professora de Música do Colégio Pedro II e sindicalizada do SINASEFE.

“Para representar melhor pessoas trans, o sindicato precisa combater a discriminação institucional; firmar parcerias que facilitem apoio psicológico; promover momentos de escuta com representantes de todo o país para compartilhar experiências, desafios e possivelmente criar um material orientador para enfrentamento das dificuldades; e também estimular atividades que promovam a diversidade com toda comunidade acadêmica”, ressalta Dann do Carmo, Assistente de Alunos do IFCE (campus Baturité) e sindicalizado do SINASEFE.

Como combater a transfobia?

  • Busque informações sobre o tema!

O avanço tecnológico e o desenvolvimento de novas formas de comunicação facilitam bastante a divulgação de informações. Logo, é de fundamental importância aproveitar esses recursos para entender melhor as causas desse preconceito para não reproduzi-lo.

  • Evite a indiscrição!

Ao interagir com indivíduos transgêneros, assuma uma postura respeitosa e evite questionamentos que gerem constrangimentos. Aprender a respeitar as diferenças é um importante passo para entender o que é transfobia e combatê-la.

  • Eduque as crianças e adolescentes

O poder transformador da educação pode mover barreiras, até mesmo as que sustentam o preconceito. Por isso, ensinar crianças e adolescentes sobre a importância da diversidade é fundamental para a construção de uma sociedade mais ética, respeitosa e justa.

Transfobia é crime e você pode denunciar!

O?Disque Direitos Humanos (disque 100) é um serviço de utilidade pública do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, conforme previsto no Decreto nº 10.174/2019, destinado a receber demandas relativas a violações de Direitos Humanos, especialmente as que atingem populações em situação de vulnerabilidade social. Denuncie, disque 100!

Com imagens e informações da Nacional*

 

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