Desde a última terça-feira (06/02) passou a circular no Rio Grande do Norte o Brasil de Fato Potiguar, um jornal popular distribuído gratuitamente, com seções de notícias, cultura, entretenimento e esporte. A cerimônia de lançamento da edição zero do jornal aconteceu no auditório do Sinsenat e contou com a participação da coordenadora geral do SINASEFE Seção Natal, Aparecida Fernandes.
Presente no evento, a jornalista do Brasil de Fato Pernambuco, Monyse Ravenna, falou que o veículo é fruto de uma ampla articulação de movimentos sociais, sindicatos e organizações políticas comprometidas com a classe trabalhadora, que lutam em prol da democratização da comunicação e contra o monopólio da mídia. A edição impressa do jornal faz parte de uma estratégia nacional do Brasil de Fato de regionalizar sua produção. A intenção do jornal lançar edições locais aqui e em estados do Nordeste como Alagoas, Sergipe, Bahia, Paraíba e Ceará, tudo isso ainda em 2018.
Para a coordenadora geral do SINASEFE Natal, Aparecida Fernandes, “o lançamento do jornal Brasil de Fato Potiguar tem imensa importância nessa conjuntura em que se faz necessário cada vez mais os trabalhadores como um todo furarem o bloqueio midiático e realmente terem acesso à informação que lhes interessa como classe e como grupo social”.
O lançamento do jornal marca também o pioneirismo da jornalista trans, Janaína Lima, na editoria-chefe de um jornal no Brasil. Em sua fala, Janaína falou sobre o processo de organização e redação da edição zero do jornal e explicou que a publicação é comprometida com os interesses dos trabalhadores. “É com muita alegria e ousadia que nos colocamos na construção desse instrumento que é da classe trabalhadora, que deve ser forjado na unidade política, no fortalecimento da Frente Brasil Popular e na luta contra os retrocessos do golpe, contribuindo na politização do processo eleitoral e nas disputas dos rumos do Brasil que nós queremos”.
Aparecida Fernandes também falou sobre o Brasil de Fato ser mais um instrumento importante na luta contra a mídia hegemônica que temos. “As transformações que o Brasil precisa também passam por uma mudanças na distribuição dos veículos de comunicação na mídia, então enquanto isso não acontece ter um jornal como o Brasil de fato, assim como vários outros coletivos, serve de contraponto para a propaganda oficial de governos, de agentes do capital e do empresariado, que manipulam informações conforme seus interesses, quando o que eles propõem são exatamente pautas que vem a prejudicar a maior parte da população que são os mais pobres, os assalariados e os trabalhadores. As pessoas precisam ser informadas sobre o que realmente acontece nesse país e a grande mídia, a Globo sendo a líder delas, estão a favor dos interesses do capital, então a informação real não chega para o trabalhador brasileiro”, concluiu a coordenadora do SINASEFE Natal.
O evento contou com a presença de representantes de diversos movimentos sociais e populares, centrais sindicais, organizações sociais, além do diretor Nacional do MST, Jaime Amorim, que fez a análise de conjuntura.
Fotos: Aparecida Fernandes / Pedro Feitoza
