O SINASEFE Seção Natal marcou presença nesse fim de semana no 3º Encontro Potiguar dos Estudantes em Ensino Técnico (EPOET). O evento aconteceu de 04 a 06 de maio, no IFRN Campus Zona Norte e reuniu estudantes e autoridades do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), alunos de escolas técnicas estaduais e convidados de diversas entidades na discussão sobre educação, política, economia e cultura.

Na edição deste ano, o EPOET trouxe como tema “Periferia e acesso à educação”. O encontro foi uma realização da Rede de Grêmios do IFRN (REGIF), com organização do Coletivo Ubuntu, e contou com o apoio do SINASEFE Natal e do IFRN.

A mesa de abertura do evento contou com a participação do coordenador geral do SINASEFE Natal, Joás Ferreira, que parabenizou a REGIF pelo evento e lembrou do novo projeto do governo de restruturação dos Institutos Federais, que trará a precarização na educação pública federal. Joás também fez um apelo aos vereadores de Natal pela educação do município que está em greve a quase 50 dias. “Os nossos jovens estão sendo prejudicados, especialmente os do 9º ano que sonham em ingressar no IFRN. Levem essa mensagem de sensibilidade à Câmara dos Vereadores, pois os nossos jovens querem e precisam de educação de qualidade”.

Também participaram da mesa de abertura o diretor-geral do IFRN Campus Zona Norte, Valdemberg Pessoa; a diretora da Diretoria de Gestão em Atividades Estudantis do IFRN (DIGAE), Odisséia Gaspareto; a representante do Grêmio Paulo Freire/IF-ZN, Gabriela Tabita; o presidente da REGIF, Júnior Miranda; a representante do Coletivo Ubuntu, Letícia Corrêa; e a senadora Fátima Bezerra.

Já a coordenadora da Seção, Aparecida Fernandes, foi uma das convidadas para a mesa “Periferia e acesso à educação”. A mesa também foi composta pelo reitor do IFRN, Wyllys Farkatt; pelo professor do IFRN, Dante Moura; pelo presidente nacional da União Brasileira dos Estudantes (UBES), Pedro Gorki; pela representante do Movimento Periférico, Marília Gabriela; e pela senadora Fátima Bezerra.

A Professora Aparecida iniciou sua fala lembrando que o tema do evento, “Periferia e acesso à Educação”, é muito próximo dela porque ela é da periferia, nascida e criada em Mãe Luiza e que ainda hoje contribui com as atividades sociais do Movimento Comunitário do bairro.

Sobre o tema da mesa, Aparecida falou que “quando se pensa em periferia e acesso à educação começamos a observar que as coisas que vão acontecendo e que vão garantindo o mínimo civilizatório num bairro ou num interior pobre é através de ações de agentes públicos de movimentos sociais, de igrejas e de grupos que tem uma sensibilidade social e que estão ali, com o pouco que seja, garantindo com que aquela comunidade não se desintegre de vez”.

A professora explicou que o que se vê é o abandono das políticas sociais nas periferias por parte do poder público e por fazer parte de um Instituto que é referência não podemos pensar que vivemos numa ilha. “Precisamos resgatar uma palavra que está em desuso, a consciência de classe. Não podemos ficar confortáveis porque estamos em uma ilha de excelência enquanto o meu colega está com seus direitos sendo atingidos”.

Aparecida finalizou lembrando que “se não nos articularmos e não lutarmos por aquilo que nos une, que é a defesa da educação pública de qualidade e dos direitos sociais, vamos sucumbir. Precisamos nos organizar, trabalhar com a formação de um modo geral, discutir essas temáticas e se precaver diante dessa realidade que estamos vivendo hoje”.

No sábado (05/05) o EPOET iniciou com o painel sobre conjuntura. O coordenador geral da Seção, Joás Ferreira, participou da mesa e falou de diversos assuntos, dentre eles a questão orçamentária dos Institutos federais, lembrando que em 2015 o IFRN tinha uma verba 22 milhões de reais para reestruturação e expansão das unidades e que em 2018 essa verba é de 10 mil reais. “É por isso os alunos do IFRN estão padecendo com a retirada de bolsas, a qualidade da merenda e com restrições, inclusive de xerox”.

Joás também falou sobre os projetos do governo que vem interferindo na qualidade da prestação dos serviços dos Institutos Federais, como o contingenciamento, a redução de terceirizados, a Reforma Trabalhista, a Emenda Constitucional 95/2016, a extinção de 60 mil cargos, o PDV e a redução de salários, a Reforma do Ensino Médio, e o mais novo projeto de precarização do ensino, a reordenação da Rede Federal.

A programação continuou pela manhã com Grupos de Trabalhos sobre o protagonismo das mulheres, a Emenda Constitucional 95, a escola sem mordaça, os cortes e precarização do ensino técnico e a multijornada da juventude trabalhadora. À tarde, foi realizado o painel “O movimento estudantil e a resistência da juventude”; os Grupos de Trabalhos sobre resistência diárias dos LGBTQs, a luta pelo fim do racismo, do genocídio e do encarceramento da juventude negra, a resistência contra o machismo e a importância dos IFs na expansão do ensino de qualidade; e o lançamento do “Manifesto Unidade para Reconstruir o Brasil”.

No domingo (06/05), o EPOET foi finalizado com uma roda de conversa sobre o feedback do evento e a Plenária Final.

O Encontro Potiguar dos Estudantes em Ensino Técnico (EPOET) é convocado anualmente pela diretoria executiva da REGIF e tem como objetivo travar discussões acerca do ensino técnico a nível institucional e nacional; promover o debate sobre educação, política e cultura no âmbito estadual e nacional; deliberar pautas da própria entidade e eleger a diretoria executiva.