Uma comitiva com 40 servidores e alunos do IFRN participaram nesta segunda-feira (21), em Santa Cruz, da reunião do Colégio de Dirigentes (CODIR) do Instituto. O grupo, que contou representantes dos Campi Natal-Central, Zona Norte, Cidade Alta, Parnamirim, Canguaretama, Macau, Santa Cruz, São Paulo do Potengi, Lages, Ceará-Mirim, João Câmara e EaD, apresentou uma pauta de reivindicação que teve como principal ponto a solicitação do posicionamento do reitor do IFRN, Wyllys Farkatt, a respeito do corte de ponto dos servidores no período da greve. O reitor transferiu a decisão do corte para os diretores gerias dos Campi.

O encontro iniciou com cada diretor geral falando sobre a situação atual do seu campus em relação à greve e à questão da mudança no Regimento do IFRN.

Em sua explanação, a diretora de Formação Política do sindicato, Aparecida Fernandes, questionou e criticou a forma como está sendo feito o processo de alteração do Regimento do IFRN e o aparecimento da figura de um vice-reitor no Instituto. “É importante que se discuta isso com a comunidade, não pode ser assim de forma unilateral”. E para surpresa de todos, durante a reunião os servidores presentes conheceram o novo vice-reitor do IFRN, o servidor Marcos Antônio de Oliveira.

Wyllys Farkatt explicou que a criação do cargo de vice-reitor foi baseada na sua experiência pessoal enquanto pró-reitor, que substituia o reitor em alguns eventos. Segundo ele, o cargo servirá para facilitar a interlocução daquele que estará representando-o em suas ausências.

Já entrando na questão do corte de ponto dos servidores, o diretor de Gestão de Pessoas do IFRN, Auridan Dantas, falou que a Diretoria de Gestão de Pessoas não vai cortar ou abonar ponto, mas se alguma relação chegar ele vai ter que executar. O reitor orientou que, àqueles servidores que estão no movimento paredista devem justificar a sua ausência relatando que está em greve para evitar problemas futuros. O servidor que não justificar, não participará das negociações com reposição de horas.

Em sua fala inicial, a coordenadora geral do SINASEFE Natal, Socorro Silva, falou sobre os motivos da greve da categoria. “A nossa greve e a nossa manifestação é por direitos. É contra a PEC 55, é por valorização, é contra a reforma do Ensino Médio, é contra a Lei da Mordaça, é contra a criminalização aos nossos estudantes e é contra a reforma da previdência. Observem que a nossa luta é por direitos”.

Sobre o parecer emitido pelo procurador do IFRN recomendado o corte de ponto dos servidores, Socorro Silva explicou que a luta da categoria não está no campo jurídico. “A nossa luta é política. Não é uma orientação ou uma medida que vai nos reprimir. Nós não podemos apenas apresentar um parecer e dizer: cumpra-se, diretores”, disse Socorro, lembrando ainda que não existe nenhum documento oficial do MEC, do Ministério do Planejamento ou da Casa Civil determinando o corte de ponto.

Outra fala contestada pela coordenadora do SINASEFE Natal foi que a decisão do STF nem sequer foi publicada,  cabe recurso e a gestão do IFRN já se antecipa a executar o corte de ponto dos servidores, sem decisão judicial e administrativa encaminhada para tal decisão. A atitude do reitor vai na contramão de outros reitores de alguns institutos no Brasil que estão em greve, como o reitor da Paraíba, Piauí, Brasília, Pará e muitos outros estados que estão em greve desde o dia 11 de novembro. Outro exemplo é a greve da FASUBRA e do ANDES, que não há nenhuma postura ou medida de corte de ponto dos servidores em greve.

Os alunos representantes dos Campi do IFRN também tiveram voz na reunião. Os alunos Mikael Lucas, do Campus São Gonçalo do amarante, e Júnior Miranda, do Campus Zona Norte, falaram sobre a importância da greve e solicitaram a participação dos servidores nessa luta que hoje une servidores e estudantes em busca da garantia da manutenção dos direitos de todos.

Diante da falta de clareza do reitor em relação ao posicionamento sobre o corte de ponto, o professor Francesco Lopes solicitou uma colocação clara do gestor à respeito do assunto. “O que precisamos é de uma posição clara. Que irá nos defender até o último milésimo de segundo. Queremos o compromisso claro de que vão manter a nossa segurança”, enfatizou Francesco.

O reitor garantiu a negociação com a categoria ao fim da greve 2016, porém transferiu para os diretores gerais dos campi a decisão de cortar ou não o ponto dos servidores. “Precisamos ser francos e tranquilos com nossos colegas. Estamos todos juntos, mas são trincheiras diferentes”, concluiu Wyllys Farkatt

Também participaram da reunião o coordenador geral do SINASEFE Natal, Francisco Dias; o diretor de Assuntos de Aposentadoria, Joás Andrade; a secretaria geral, Monique Oliveira; o assessor Jurídico da Seção, Carlos Alberto Marques Júnior; o coordenador da pasta do Jurídico do SINASEFE Nacional, Sérgio Rodrigues; a coordenadora geral do SINTEFPB, Regina Alice, membros do Comando Geral de Greve e alunos representantes dos grêmios dos Campi de São Gonçalo do Amarante, Zona Norte e Parnamirim.

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