Em parceria com o SINASEFE Seção Natal, servidores do Campus Ipanguaçu promoveram na manhã da última quarta-feira (22/05), uma palestra que teve como tema “Entendendo a reforma da Previdência e seus riscos para os que sonham em se aposentar”. A iniciativa teve como objetivo conscientizar a comunidade escolar sobre os impactos da reforma para a sociedade e da necessidade de mobilização contra mais esse projeto de ataque à classe trabalhadora.

A encontro contou com a participação do coordenador geral do SINASEFE Natal, Francisco Dias, e com o conselheiro Fiscal da Seção, o professor aposentado, Lailson de Almeida. A palestra teve como expositora a Professora Rivânia Moura, doutora em Serviço Social e Seguridade Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e atua na Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN.

De acordo com Rivânia Moura, o governo federal tem divulgado informações incompletas e irreais sobre a Previdência Social. Entre elas, a pesquisadora chama atenção para a afirmação do governo sobre a existência de um déficit na Previdência. Para Rivânia, o governo camufla os dados para que a sociedade acredite erroneamente nessa afirmação.

“Quando o sistema de Seguridade Social foi criado em 1988, a constituição instituiu também mecanismos de arrecadação para viabilizar o sistema. Temos, atualmente, duas fontes de arrecadação, uma direta, composta pela contribuição patronal e pela contribuição dos trabalhadores e das trabalhadoras, e a arrecadação indireta, que é composta pelos impostos pagos por todos nós e que são destinados para a Seguridade Social. Quando o governo calcula o déficit da Previdência e apresenta esse déficit, ele calcula e informa somente a arrecadação direta, ignorando a arrecadação indireta”, explicou a professora.

Outra falácia apontada na palestra é que a Previdência é o maior gasto do Estado. De acordo com Rivânia, o maior gasto do Estado brasileiro atualmente é o pagamento da dívida pública. “40% da riqueza produzida no nosso país hoje é destinada ao pagamento da dívida pública, uma dívida que não foi auditada e que não é questionada pelo governo”, afirmou Rivânia Moura.

A educadora também lembrou que o sistema de capitalização proposto pela reforma da Previdência significa a privatização do sistema e a entrega de grande parte dos nossos salários para os bancos. “Com a reforma aprovada, nossas contribuições não serão mais administradas pelo estado, mas pelos bancos, o estado deixa de ter responsabilidade com as aposentadorias dos trabalhadores”, relatou a professora.

Após o final da palestra, a mesa conduzida pelos professores do Campus Ipanguaçu, Rafael Almeida e Luis Costa, abriu para as intervenções do Plenário. O coordenador do SINASEFE, Francisco Dias, parabenizou os professores pela iniciativa de discutir a reforma da Previdência e chamou os servidores e estudantes para se somarem à luta contra o projeto. De acordo com Dias, o momento é de fortalecer o movimento sindical.

“É preciso lembrar que o sindicato ainda é nosso maior instrumento de organização e de luta, então faço o convite que vocês servidores participem das atividades do sindicato, se sindicalizem e também fortaleçam as demais organizações sociais que estão mobilizadas contra essa reforma”, comentou o coordenador que disse, ainda, que os estudantes são a força mais revolucionária que temos e que são os jovens os maiores protagonistas das mudanças sociais que tanto precisamos.

Desde que o projeto da reforma da Previdência foi apresentado ao Congresso Nacional pelo governo Bolsonaro, no início de fevereiro de 2019, o SNASEFE Natal tem mobilizado a categoria contra mais esse desmonte dos direitos constitucionais da classe trabalhadora.