Nota de Repúdio: Vivas, livres, seguras e sem medo!

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O SINASEFE Natal manifesta, com veemência, seu repúdio ao brutal ataque e tentativa de feminicídio sofrida pela jovem Juliana Garcia no último sábado 26 de julho. O agressor, Igor Eduardo Cabral, seu então companheiro, desferiu dezenas de golpes contra Juliana dentro de um elevador. A ação, que foi registrada por câmeras de segurança e amplamente divulgada por veículos de imprensa e nas redes sociais, chocou a sociedade e mostrou, mais uma vez, que mulheres não estão seguras.

Igor Cabral tentou matar Juliana Garcia 61 vezes. A alegação de que estaria em “surto claustrofóbico”, feita no momento da prisão, é apenas uma tentativa de manipular a narrativa e reduzir a gravidade dos fatos. As imagens não deixam margem para interpretações dúbias; elas gritam, envergonham e assustam. É inaceitável qualquer tentativa de minimizar a responsabilidade do espancador. Ele agiu consciente e convicto da impunidade que salvaguarda homens violentos no Brasil.

De acordo com o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher, desde a promulgação da Lei do Feminicídio (em março de 2015), foram registrados cerca de 11.650 casos de feminicídio no país. Destes, 258 casos aconteceram no Rio Grande do Norte. E o cenário pode ser ainda pior, 95% das vítimas de feminicídio não possuíam medida protetiva ou histórico de denúncia. Segundo estudo do Ministério Público, menos de 5% dos casos envolveram alguma medida judicial de proteção, o que demonstra a fragilidade da política de proteção e a subnotificação sistemática desse tipo de violência. O Mapa Nacional da Violência de Gênero do Senado aponta que a subnotificação de casos de violência doméstica e familiar contra mulheres pode atingir 61%. As mulheres não estão seguras.

O caso de Juliana é apenas mais um, entre tantos casos de violência brutal, frutos do machismo estrutural. Alimentados pelos discursos misóginos de figuras públicas, pelas redes sociais, pelas músicas que romantizam controle, pela publicidade que trata o assédio como piada, pelas conversas “inofensivas” à primeira vista, mas que mascaram um sistema de opressão e desigualdade de gênero, homens de todas as idades, de todas as cores, de todos os perfis socioeconômicos, se sentem autorizados a objetificar mulheres. E a violência é apenas a eclosão final dessa estrutura social. As mulheres não estão seguras.

O SINASEFE Natal espera que Juliana tenha acesso ao cuidado e ao acolhimento que merece, que Igor Cabral seja penalizado como determina a lei e que todas as mulheres possam viver em uma sociedade que não ofereça riscos à sua existência. Nosso sindicato se soma às vozes que clamam por políticas públicas mais eficientes de combate à violência contra a mulher e reitera que sempre estará na luta para que as mulheres estejam seguras.

Vivas, livres e sem medo! Nenhuma a menos!

Diretoria Executiva do SINASEFE Natal

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