As palavras têm poder! Hoje é Dia do Jornalista. No Brasil, a categoria vive um momento difícil com os constantes ataques à liberdade de imprensa e a descrença da sociedade em relação ao papel desse trabalhador. Como era de se esperar, um dos maiores algozes dos jornalistas tem sido o presidente Jair Bolsonaro, que desde a sua posse se dedica a atacar a credibilidade dos veículos de comunicação do país e também seus trabalhadores. Os jornalistas, em especial as mulheres jornalistas, tem sido a todo momento tratados de forma hostil pelo presidente. São incontáveis os incidentes em que Bolsonaro destila seu ódio sobre esses profissionais, esquecendo o decoro do cargo ou qualquer respeito à Democracia.

A liberdade de imprensa é um direito garantido na Constituição Federal e o que esperamos de um governante é a garantia dessa liberdade e não intimidação, represália e perseguição.

Neste Dia do Jornalista, a nossa gratidão e o nosso respeito a todos que fazem a comunicação desse país! E para comemorar a data, abrimos espaço para divulgar o texto feito pelo Coletivo Foque com a jornalista da nossa Seção, Ana Paula Cruz, que fala sobre imprensa e a classe trabalhadora nesse tempo de crise. Confira:

Imprensa e classe trabalhadora em meio à crise do coronavírus

O trabalho em casa, ou home office, é uma das formas encontradas para enfrentar a pandemia sem parar a produção. Um desafio para quem não tinha esse hábito de levar a mão-de-obra profissional para casa.

Para quem pensa que essa prática é uma zona de conforto que alivia a jornada e elimina o e stress presentes no local de trabalho, a jornalista Ana Paula Cruz manda um recado. “A gente trabalha mais, fica ligada no que tá acontecendo e acabamos passando mais tempo dedicada ao trabalho. Temos que ter cuidado e saber dividir melhor o tempo, senão acabamos nos estressando”.

Ana Paula, que está trabalhando home office durante a quarentena para deixar o serviço em dia, falou com o Coletivo Foque sobre o papel da imprensa e da classe trabalhadora nesse cenário de covid-19. “O papel da imprensa nesses tempos de crise mundial é essencial, pois ela também faz parte da linha de frente no combate ao novo coronavírus. Todos os dias, os profissionais da comunicação estão arriscando suas vidas nas redações, nos estúdios ou nas ruas para buscar e levar informações em tempo real para a sociedade, além de apresentar pautas que estão ajudando as pessoas a conhecer melhor a covid-19, a se proteger e a lidar melhor com essa situação. E em tempos de exacerbada disseminação de fake news, o trabalho da imprensa em momentos de crise também se torna imprescindível para barrar boatos e evitar alarmismo e pânico”.

Na sua opinião, “a pandemia do coronavírus e suas consequências só reforçaram a lógica que o Estado sempre esteve e sempre estará à serviço do capital, e que a classe trabalhadora deve estar sempre atenta e na luta para que, em meio a essa crise, seus direitos não sejam retirados e sim assegurados”. Já o isolamento social, para ela, comprovou que o mercado não sobrevive sem a força da classe trabalhadora. “É por isso que empresários e o governo Bolsonaro, que atua em favor do mercado e emplacou entre seus seguidores o slogan ‘O Brasil não pode parar’, pedem para que as pessoas voltem ao trabalho. Que esse momento sirva para que a classe trabalhadora reconheça sua força e volte às suas origens na luta em defesa de seus direitos”.

Ela aponta a profunda desigualdade social no país como outra questão que esse distanciamento social faz refletir. “Como é necessário o apoio do Estado para garantir condições mínimas de sobrevivência aos menos favorecidos durante esse período de crise. Por outro lado, esse isolamento também nos mostra que ainda existem pessoas que pensam no próximo e buscaram formas de ajudar aqueles que mais precisam com campanhas de arrecadação de alimentos, roupas e produtos de higiene para os moradores de rua, com disponibilidade para fazer compras para os que estão em quarentena ou nos grupos de risco, entre outras”.

A jornalista que trabalha com assessoria de comunicação sindical também manda um recado nesse tempo de pandemia em meio a profundos problemas econômicos, políticos, sociais e ambientais. “Apesar dos diversos problemas que o país já enfrenta e os que ainda irão surgir a partir dessa crise, o momento é de pensar na vida, pensar na coletividade e seguir as orientações plausíveis para a diminuição da disseminação da covid-19. Não podemos colocar a economia em primeiro lugar, como o presidente Bolsonaro quer fazer, e esquecer das vidas que serão tiradas pela doença, pois economia se recupera, vidas não. Então, ignore o presidente, respeite sua vida, respeite a vida do próximo e, se puder, fique em casa”.

Nesta quarentena, o SINASEFE está junto com você!

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