Alunos do IFRN ocupam cinco campi em protesto contra os ataques à educação

Estudantes de cinco campi do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) ocupam as dependências do Instituto em protesto contra a reformulação do Ensino Médio, contra a PEC 241 e contra a Lei da Mordaça, propostas que significam um grave retrocesso na educação do país. O movimento #OcupaIF começou com o IFRN Campus Natal-Central no dia 28 de setembro e segue ganhando adeptos em outros campi e escolas estaduais.

Os alunos do IFRN estão mobilizados em estado permanente de luta e mostram que não aceitam os retrocessos na educação impostos pelo governo Temer. Atualmente, cinco campi do IFRN estão ocupados, são eles: Parnamirim; João Câmara; Currais Novos; Cidade Alta e Unidade Rocas.

Desde o dia 28 de setembro de 2016 que estudantes do IFRN se mobilizam e realizam as ocupações em seus campi. Já houve ocupações nos campi Natal-Zona Norte, Ceará-Mirim, Santa Cruz e São Gonçalo do Amarante. Durante o movimento, os alunos realizam atividades como oficinas de cartazes e batucadas, aulões e rodas de conversas com debates sobre a reforma do Ensino Médio, a PEC 241, a Escola da Mordaça e atividades culturais.

Para a professora do IFRN e diretora de Formação Política do SINASEFE Natal, Aparecida Fernandes, o movimento de ocupação dos alunos é muito importante diante da atual conjuntura que o país está vivendo. “O OcupaIF é uma atividade dos alunos que é extremamente importante, porque o recado que se está dando ao atual governo é que ninguém vai aceitar essas propostas sem luta e sem resistência”.

As ocupações no Brasil tiveram início no dia 22 de setembro, quando o governo de Michel Temer anunciou, sem nenhum diálogo com a sociedade, a MP 746/2016, da reforma do Ensino Médio. Segundo informações divulgadas nas redes sociais pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), 672 escolas estão ocupadas por alunos no País até hoje (18/10). O movimento intitulado nacionalmente como #PrimaveraSecundarista, incluem Escolas Estaduais e Institutos Federais. No Rio Grande do Norte também estão ocupadas as Escolas Estaduais Anísio Teixeira, Ana Júlia e Augusto Severo.

Sobre a MP 746/2016, a professora Aparecida Fernandes enfatiza que toda mudança deve ser feita de forma coletiva e não deve ser imposta. “Reforma só com muito diálogo com a comunidade escolar, com os pais e com todos aqueles que realmente fazem a educação pública no país. E que ela seja para somar e para melhorar, não para retirar direitos e piorar o acesso dos alunos à produção do conhecimento e da ciência”.

Para a diretora de Mulheres da UBES, Brisa Bracchi, a participação dos alunos nas ocupações é fundamental nesse reflorescer da primavera secundarista. “O protagonismo das ocupações é dos e das estudantes que se organizam através dos grêmios, coletivos e assembleias gerais e constroem as ocupações das escolas que a cada dia, tanto aqui quanto em todo Brasil, só aumentam. Importante lembrar que as ocupações é uma ferramenta de luta para mostrar a resistência e que esse espaço é nosso e dele não abriremos mão”.

O SINASEFE Seção Natal tem manifestado total apoio aos estudantes que lutam em defesa de um ensino de qualidade e uma educação sem mordaça e se coloca à disposição para participar dos debates e fazer parcerias na luta contra todas as reformas impopulares que estão sendo impostas pelo governo.