O penúltimo dia do 37º CONSINASEFE foi iniciado com uma atividade esportiva e dedicado ao debate de carreira e de combate às opressões. Diante do absurdo descumprimento dos acordos da greve de 2024, a importância de organizar e deflagrar uma greve nacional foi predominante nas intervenções de palestrantes e participantes. Congressistas também aprovaram dezenas de teses apresentadas ao evento.
Manhã
Corrasefe
A edição Porto Maravilha da Corrasefe foi realizada na manhã deste sábado (13/12), terceiro dia do 37º CONSINASEFE, com mais de 60 participantes. Participantes se dividiram nas modalidades corrida e caminhada, na Orla do Conde, no Rio de Janeiro-RJ, com espírito de solidariedade, integração e autocuidado com a saúde física e mental.
A 1ª Corrasefe foi considerada um sucesso pela organização da atividade e a 2ª edição já está confirmada para Brasília-DF, durante a programação do 38º CONSINASEFE. Confira aqui a classificação final das(os) participantes da modalidade corrida.
Votação das teses de Educação – Eixo 3 (continuação)
Os trabalhos matutinos em plenário foram iniciados com a votação das teses do eixo 3, de educação:
| Tese | Situação no CONSINASEFE |
| Tese 10 | Aprovada sem destaques |
| Tese 11 | Aprovada sem destaques |
| Tese 12 | Aprovada com melhoria de redação |
| Tese 13 | Aprovada com supressões e melhorias de redação |
| Tese 14 | Aprovada com melhoria de redação |
| Tese 15 | Aprovada com destaques de inclusão |
| Tese 16 | Tese remetida ao Eixo de Conjuntura Aprovada com destaques de supressão |
| Tese 17 | Aprovada com melhoria de redação |
| Tese 8 | Aprovada com melhoria de redação |
A sistematização final destas votações será divulgada em breve.
Votação das teses de Condições de Trabalho e Saúde – Eixo 4
| Tese | Situação no CONSINASEFE |
| Teses 1, 2, 3, 4 | Aprovadas sem destaques |
| Tese 5 | Aprovada com melhoria de redação |
| Tese 6 | Aprovada sem destaques |
| Tese 7 | Aprovada sem destaques |
| Tese 8 | Aprovada com melhoria de redação |
| Tese 9 | Aprovada sem destaques |
| Tese 10 | Aprovada com supressão e melhoria de redação |
A sistematização final destas votações será divulgada em breve.
Apresentação de teses de Combate às opressões – Eixo 2
| Número da tese & apresentador(a) | Título |
| Tese 1 (Evaldo Gonçalves) | A Luta anticapacitista no SINASEFE e a defesa de uma Escola Popular |
Diante da necessidade de pausa para o almoço, os trabalhos de apresentação de teses foram interrompidos.
Tarde
Mesa de Carreira
Os trabalhos vespertinos foram retomados com a realização da Mesa de Carreira. A atividade contou com seis palestrantes: Fernanda Rosá (técnica-administrativa do IFSC), Nilo Campos (diretor da seção IF Sul-RS), Elenira Vilela (docente do IFSC), William Carvalho (integrante da CNS), Laurenir Peniche (docente do IFPA) e Leewertton Marreiro (integrante da CNS). Todos(as) palestrantes falaram do absurdo desrespeito do governo com a categoria (tanto TAEs quanto docentes) e da necessidade de uma greve para exigir o cumprimento verdadeiro dos acordos de greve.
Fernanda falou brevemente e defendeu que, caso o governo não respeite o que foi construído na greve de 2024 e na CNSC, sobre o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSCTAE), as(os) trabalhadoras(es) entrarão em greve. Ela ressaltou que o PL 6170/2025 não tem “conserto” e deve ser jogado no lixo já que é tão problemático e diferente dos acordos feitos que não pode ser apenas remendado: ele precisa ser integralmente rejeitado e refeito.
Nilo Campos, aposentado com quase 40 anos de serviço, trouxe uma análise que combinou a memória de luta da categoria com a realidade da defasagem salarial e a necessidade de valorizar os(as) aposentados(as). Ele comentou a histórica batalha política e judicial pela jornada de 30 horas como prova da resiliência da categoria. Nilo concluiu com uma crítica à postura do governo, em especial a figura de Feijóo, denunciando sua inflexibilidade e dureza nas negociações.
Elenira Vilela dedicou sua palestra a conectar aspectos de conjuntura com aspectos de carreira, ela destacou que única resposta possível ao descumprimento de acordos e ao avanço do conservadorismo é a mobilização massiva e a defesa intransigente dos direitos. Ela ressaltou que o mundo mudou, e é impossível ignorar a crise climática, o confronto global, a crise do capitalismo e o avanço de ideologias de extrema-direita e fascistas no Brasil e os impactos de tudo isso no cotidiano das(os) trabalhadoras(es) e suas respectivas carreiras. Para ela, a luta pela carreira deve ir além do salário para defender que a luta deve incluir a defesa de condições mínimas de trabalho e segurança.
A apresentação de William Carvalho analisou as compatibilidades do novo PCCTAE com a carreira docente do EBTT, defendendo a unificação das carreiras (carreira única), uma pauta histórica do SINASEFE. Segundo ele, os princípios básicos desta carreira são: Step constante e linear de 5%; o percentual de titulação deve incidir sobre o vencimento básico, com correção da diferença percentual em relação aos doutores do PCCTAE; o piso de 40 horas docente (com graduação) deve ser equiparado ao piso do nível de classificação E do PCCTAE e o RSC deve ser vinculado aos percentuais de titulação de cada malha. Como resposta ao descumprimento de acordos e à necessidade de garantir os princípios da carreira, a proposta de William Carvalho para o 37° CONSINASEFE foi de aprovar de um indicativo de greve por tempo indeterminado, com deflagração em fevereiro de 2026.
Veja abaixo a apresentação usada por William:
Laurenir Peniche listou aspectos relacionados aos direitos de docentes que foram desrespeitados, como a falta de publicação da RAD e a falta de publicação do Decreto 1590/1995 alterado. Ela fez um chamado direto para transformar a indignação em ação política organizada, usando a greve como ferramenta máxima para forçar o governo a cumprir os acordos.
Leewertton Marreiro concentrou sua análise no Reconhecimento de Saberes e Competências de TAEs, desfigurado no PL 1670/2025. Ele resgatou todo histórico da construção feita ao longo de nove meses na CNSCTAE, junto com o MEC. Para ele, o PL destrói o acordo original e cria sérias inseguranças jurídicas, inclusive inviabilizando a concessão real de algo que foi conquistado sob muitas lutas. Ele explicou que o governo ignorou o texto aprovado pela Comissão Nacional de Supervisão (CNS/MEC), criando armadilhas que tornam o RSCTAE inalcançável e uma gratificação meramente produtivista. Ele apresentou uma análise elaborada por Mirian Dantas dos Santos (Pró-reitora de Gestão de Pessoas UFRN), confira abaixo:
Mesa de Combate às Opressões
A segunda mesa de debates do sábado (13/12) foi dedicada ao Combate às Opressões. A atividade contou com três palestrantes: Edson Kayapó (docente do IFBA), Socorro Costa (docente da UFPI) e Evaldo Gonçalves (secretário de políticas étnico-raciais do SINASEFE).
Edson Kayapó, que também faz parte da Rede Federal, apresentou uma análise histórica e crítica das opressões estruturais no Brasil, desde o projeto colonial até os desafios contemporâneos. Ele denunciou veementemente o desmonte dos direitos estabelecidos na Constituição de 1988, que se manifesta, por exemplo, no desmonte da Previdência Social e dos direitos trabalhistas, do SUS e da saúde pública e, particularmente, no desmonte da Educação Federal, onde instituições são transformadas em “fábricas” e há dificuldade na qualificação de trabalhadores, com salários defasados. Ele citou o exemplo de um carro do Instituto Federal que foi incendiado por pistoleiros na BR-101 como prova da violência política contra educadores e a necessidade permanente de resistência. Ele enfatizou a resistência dos povos originários e a necessidade de luta por direitos, justiça social e democracia.
Socorro Costa, como mulher negra, ofereceu uma crítica incisiva às estruturas de poder que historicamente oprimem e controlam a vida, o trabalho e a subjetividade no Brasil. O seu discurso transitou entre a história da tragédia colonial e a agenda contemporânea de resistência. Ela finalizou ressaltando que para combater a extrema-direita e a agenda neoliberal, é necessário quebrar as formas estruturantes do poder do saber e dos erros. Ela propõe atrasar o tempo e rejeitar a lógica do desenvolvimento que foi imposta, buscando, em vez disso, a lógica do envolvimento: uma política de cuidado e convívio, onde a maior soberania é a da força resistente dos grupos que podem (re)inventar o país.
Evaldo Gonçalves fez um chamado urgente à ação sindical radical e uma denúncia direta do racismo e do machismo que persistem nas estruturas de poder, inclusive dentro dos próprios espaços de luta. Ele estabeleceu uma linha direta entre a história do Brasil (desde 1500) e as opressões cotidianas. O dirigente criticou a composição dos espaços de poder (como a direção nacional do sindicato), onde a inclusão de certas pessoas é vista como um lucro político e não como um compromisso real com a luta antirracista.
Noite
Apresentação de teses de Combate às Opressões – Eixo 2
| Número da tese & apresentador(a) | Título |
| Tese 1 (Guthierre Ferreira) | A luta anticapacitista no SINASEFE e a defesa de uma Escola Popular |
| Tese 2 (Evaldo Gonçalves) | Retirada pelos(as) autores(as) |
| Tese 3 (Crystyna Tapuya e Nadson Santos) | Tese Confluências contracoloniais: por uma Política Institucional Antirracista, equânime e decolonial do SINASEFE |
| Tese 4 (Euza Raquel e Marlise Vitcel) | Em defesa do espaço das mulheres: lutar pela implementação da Lei n° 14.986/2024 e pela paridade de gênero na gestão das IFEs |
| Tese 5 (Marlise Vitcel e Ana Colvara) | Inclusão é revolução: pelo fim da norma capacitista e por uma sociedade de corpos livres |
| Tese 14 (Adelino de Oliveira) | Racismo institucional e omissão política: da estrutura do Estado à reprodução sindical |
| Tese 6 (Laurenir Peniche e Rafaella Florencio) | Plano político-sindical de enfrentamento ao racismo institucional |
| Tese 7 | Política de combate à opressão, em caráter operacional (suprimida por ausência de apresentador) |
| Tese 8 (Marlene Santos e Euza Raquel) | Sem cuidado coletivo não há luta coletiva: Da margem ao centro, na defesa de todas, todos e todes trabalhadores da educação |
| Tese 9 (Herlon Rosa) | Superar o proibicionismo e frear o encarceramento do trabalhador preto e pobre |
| Tese 10 (Suzanne Nunes) | Da norma à prática: a luta por ambientes educacionais livres de assédio e a efetivação da Portaria MGI 6.719/2024 |
| Tese 11 (Flávia Cândida e Grazielle Felício) | Tese coletiva das mulheres do SINASEFE: “Somos históricas, lutamos para mulherar o futuro” |
| Tese 12 (Grazielle Felício e Patrícia Souza) | Enfrentar o machismo, combater a extrema direita e garantir a efetiva participação das mulheres nas instituições e no sindicato |
| Tese 13 (Eurico Ramos e Teresa Bahia) | Tese da Diversidade Sexual e de Gênero: A Diversidade Nos Fortalece! |
| Tese 15 (Verônica Nascimento) | Combater o Capitalismo, raiz de todas as formas de opressão, com a luta massiva nas ruas! |
Votação das teses de Combate às Opressões – Eixo 2
| Tese e título | Situação no CONSINASEFE |
| Teses 1 | Aprovadas sem destaques |
| Tese 2 | Retirada pelos autores |
| Tese 3, 4 5 6 | Aprovadas com destaques |
| Tese 7 | Suprimida por ausência de apresentador |
| Tese 8, 9 | Aprovadas com destaques |
| Tese 10 | Aprovada com melhoria de redação |
| Tese 11 | Aprovada sem destaques |
| Tese 12 | Aprovada sem destaques |
| Tese 13 | Aprovada sem destaques |
| Tese 14 | Aprovada sem destaques |
| Tese 15 | Votação pendente |
A sistematização final destas votações será divulgada em breve.




