O SINASEFE Seções Natal e Mossoró estiveram reunidos com servidores e servidoras do IFRN na manhã desta quarta-feira (09/02), para discutir o retorno presencial na instituição. A coordenadora geral do SINASEFE Natal, Nadja Costa, iniciou a reunião saudando os presentes e ressaltando a importância de discutir esse tema para garantir o retorno seguro ao trabalho presencial. Em seguida, o coordenador de Formação Política do SINASEFE Natal, Leonardo Guimarães, trouxe os dados da pandemia divulgados nesta semana.

De acordo com as últimas informações apontadas pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde – LAIS, o Rio Grande do Norte enfrenta a maior taxa de transmissibilidade da Covid-19 desde o início da pandemia. Somente em janeiro, o estado teve um aumento de 603% nos casos conhecidos de Covid-19 em comparação com o mês de dezembro, enquanto o número de mortes aumentou 78%.

Com o crescimento de casos, o número de internações também cresceu. O último boletim divulgado pela Secretaria da Saúde Pública do Rio Grande do Norte – SESAP, apontou que o RN conta com 431 internados, 251 pessoas no serviço público e 181 pessoas no setor privado, o que corresponde a uma ocupação de 67% dos leitos no setor público e 68% dos leitos do setor privado. Outro dado preocupante é sobre a vacinação. Na maior UTI do estado, 95% dos pacientes não completaram o esquema vacinal contra Covid-19.

A servidora do Campus Mossoró, Francineide Torres, lembrou que desde o início do debate sobre o retorno presencial, as seções sindicais têm acompanhado de perto todas as discussões e estão atentas aos dados apresentados pelos órgãos competentes a respeito da pandemia. Para a professora, o retorno seguro é o mais importante nesse momento.

Thiago Augusto, servidor Campus Natal-Central, lembrou que os servidores técnico-administrativos voltaram ao trabalho presencial desde maio do ano passado e que mesmo permanecendo em esquema de rodízio é preciso discutir a segurança desse grupo de trabalhadores. Para Thiago, o sindicato precisa estar atento à situação dos TAEs na pandemia.

O servidor do Campus Zona Norte, Pablo Spinelly, comentou que foi pego de surpresa ao saber que vários grêmios estão defendendo o retorno presencial. Pablo fez um relato pessoal sobre o que vivenciou recentemente com a Covid-19. “Minha esposa é professora da rede privada e estava trabalhando presencialmente. Apesar de todos os cuidados, pegamos Covid, nossas filhas, de 6 meses e 4 anos, também. Foram dias de muito desespero e pânico dentro de casa. Felizmente estamos recuperados da doença, mas as sequelas deixadas pela doença continuam e vão demandar um longo tratamento para serem controladas”, explicou o professor. Pablo pontuou que é necessário pensar em qual será o nível de adoecimento de servidores e estudantes, caso o retorno ocorra agora, e como a Instituição funcionará com tantos servidores afastados de suas funções.

A diretora do SINASEFE Mossoró, Socorro Paulino, também se mostrou preocupada com essa questão. Para a servidora, não está se considerando que um grande número de servidores convalescentes pode paralisar o IFRN. “Estamos vivendo um momento diferente da pandemia, agora não são mais os governantes que estão impondo o lockdown, mas o vírus. O alto número de pessoas contaminadas tem parado organizações inteiras”, pontuou Socorro.

Ainda durante o momento aberto para as falas, o servidor do Campus Natal-Central, Eduardo Janser, lembrou que nesse momento é necessário cautela. Entre os apontamentos do servidor, estão a exigência do passaporte vacinal e a testagem permanente. Eduardo também chamou atenção sobre como os campi estão se preparando para o retorno. “No Campus Natal-Central transitam em média 6 mil pessoas diariamente, me pergunto se estamos preparados para implantar todas as medidas sanitárias necessárias para ter todas essas pessoas circulando pelo campus. Acho que não estamos bem preparados para esse retorno, muitas obras no campus ainda acontecendo, muitos trabalhadores sem manter o distanciamento mínimo”, relatou o servidor.

O servidor Felipe Morais comentou que tem observado os estudantes bastante divididos sobre o retorno presencial. “Os estudantes do superior, no geral, preferem se manter no remoto, já os estudantes do EJA parecem estar divididos. Por fim, os do ensino médio da manhã e da tarde, no geral, preferem retornar”, explicou Felipe.

O coordenador da Seção Natal, Jorge Lima, ressaltou que o sindicato está comprometido em proteger os servidores e servidoras e que a Diretoria continuará atento ao andamento do retorno e também às demais demandas que estão ocorrendo nesse momento, como a recomposição salarial e os constantes ataques do governo Bolsonaro ao serviço público.

Após o momento das falas, os servidores deliberam pela construção coletiva de um ofício que será entregue à Reitoria do IFRN. Entre os apontamentos que estarão contidos no documento estão: a permanência no ensino online até que a pandemia seja controlada; planejamento seguro para o retorno presencial; realização de uma campanha de vacinação pelo IFRN; testagem permanente nos campi; a exigência do passaporte vacinal; adoção de medidas para promoção da saúde psicológica e emocional dos servidores e o acompanhamento da pandemia no IFRN, com os números atualizados sobre como está a transmissibilidade da Covid-19 na Instituição.

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