Servidores e estudantes do IFRN aderiram ao movimento “48h de luta – Greve Nacional da Educação” e marcaram presença nas atividades desenvolvidas pelo SINASEFE Natal e no ato de rua realizado por diversas entidades e movimentos sociais. A paralisação foi deliberada pela categoria na última Assembleia Geral, que definiu que as atividades de mobilização deviam ser realizadas nos dias 30 de setembro, 01 e 02 de outubro, tendo em vista o feriado estadual de 03 de outubro.

Na segunda (30/09) e terça-feira (01/10), membros da diretoria e da base do SINASEFE Natal visitaram os Campi do IFRN para mobilizar os servidores e estudantes e realizaram debates sobre os ataques promovidos pelo governo federal contra a Educação e os trabalhadores. Foram visitados os Campi EaD, Zona Norte, Cidade Alta, Unidade Rocas, Parnamirim, Canguaretama, Lajes e Ceará-Mirim.

Na quarta-feira, dia 02 de outubro, as atividades da Greve Nacional da Educação começaram logo cedo no IFRN Campus Nova Cruz.  Às 7h, alunos da rede estadual e municipal da cidade lotaram o auditório do Campus para participar de um aulão preparatório para o próximo processo seletivo do IFRN. A iniciativa, que fez parte da programação das atividades da greve, teve como objetivo aproximar a comunidade da instituição e demonstrar a importância do Instituto Federal para os jovens que ainda não estão no IFRN, mas que tem o direito de ter a oportunidade de também fazerem parte da instituição no futuro.

Enquanto isso, estudantes do Campus participavam de um Cinedebate com os filmes “Espero tua revolta” e “Lute como uma menina”. Os documentários falam sobre a ocupação de escolas públicas por estudantes. O primeiro retrata como os estudantes protagonizaram um dos mais intensos movimentos populares dos últimos tempos e o segundo tenta captar esse movimento pela ótica das meninas, além de retratar a importância da mobilização popular para a transformação social.

Ainda durante a manhã, a professora Emanuelly Bezerra, coordenadora geral do SINASEFE Natal, percorreu algumas salas panfletando junto aos servidores do Campus e convidando os trabalhadores para participarem das atividades da Greve Nacional da Educação. Em seguida, aconteceu uma aula pública com o tema “A educação e as políticas neoliberais no Brasil”. O encontro teve início com uma apresentação dos estudantes e teve continuidade com a fala do professor Davide Giacobbo Scavo, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O educador explicou que o sucateamento da educação pública é um projeto político que visa uma nova formatação do Estado.

Para Davide Giacobbo Scavo, esse novo Estado que está se constituindo tem como objetivo principal extinguir as políticas sociais que beneficiem a população mais carente. O professor disse, ainda, que o modelo do IFRN, que prioriza a formação humana e oferece educação de qualidade para a classe trabalhadora, não é bem visto pelo governo atual.

Após a fala de Davide Giacobbo Scavo, os servidores Rodrigo Leone e Tassyana Costa, falaram sobre os cortes no orçamento do Campus e de como essa medida tem impactado negativamente em Nova Cruz. De acordo com a explanação dos servidores, caso o bloqueio no orçamento do IFRN não seja revertido, o Campus Nova Cruz, assim como outras unidades do IFRN, não conseguirá honrar todos os seus contratos ou manter a unidade em funcionamento com as mesmas características que tem hoje.

Tassyana Costa explicou que o Campus já tem realizado uma brusca redução nos contratos de serviços e na compra de material. A unidade também diminuiu o número de estagiários e bolsistas, mas mesmo assim, a servidora prevê que sem a reversão dos cortes o funcionamento do Campus em 2020 será comprometido.

No IFRN Campus Natal-Central, servidores e estudantes realizaram uma roda de conversa sobre os cortes no orçamento das instituições federais de ensino e sobre o programa Future-se e suas implicações para o futuro das instituições. Em seguida, teve início um esquenta para o Ato Público em Defesa da Educação, o grupo 3.Norte realizou uma apresentação cheia de músicas de protesto, luta e resistência.

A coordenadora geral do SINASEFE Natal, Nadja Costa, falou sobre o movimento paredista e disse que “a greve é uma reposta contra o projeto de desmonte da Educação. Queremos manter as Universidades e os Institutos Federais financiados pelo Estado, não queremos a privatização de nossas instituições, pois precisamos manter nossa proposta e trabalho de educação de qualidade, com ensino, pesquisa e extensão”.

Por volta das 16h, em frente ao Shopping Midway Mall, teve início o Ato Público em Defesa da Educação. Com cartazes, faixas e ao som de muita batucada, servidores públicos, estudantes, e representantes de diversas entidades sindicais e movimentos sociais seguiram em caminhada pela Avenida Salgado Filho, entoando palavras de ordem contra os cortes no orçamento da Educação e contra o projeto Future-se. A atividade foi encerrada em frente ao prédio da Fiern.

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