Estamos diante do encerramento de mais um ciclo com este final de 2021, que foi um ano atípico para nós em muitos sentidos.
Enquanto o mundo lutou contra uma pandemia, nós tivemos que lutar contra dois inimigos mortais: a COVID-19 e o governo Bolsonaro. São mais de 618 mil vidas perdidas no Brasil, nos deixando a sensação de que se tivéssemos um Presidente e um Ministério da Saúde comprometidos com a vida da população, muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas.
Até aqui, tivemos êxito na luta contra a Reforma Administrativa (PEC 32/2020), mas é necessário nos mantermos alertas e mobilizados, pois, apesar de 2022 ser ano eleitoral e dificilmente uma matéria polêmica como essa ser votada nesse cenário, Governo Federal e Congresso Nacional debatem abertamente essa possibilidade.
Por isso, não podemos nos acomodar. Temos que manter acesa a chama da resistência dos trabalhadores para barrar esse e outros ataques que sejam impulsionados pelo governo Bolsonaro.
Apesar de tudo que passamos e lamentamos em 2021, se a classe trabalhadora não estivesse mobilizada, a quantidade de ataques poderia ser ainda maior. A nossa resistência fez a diferença e por isso ela precisa continuar.
Para 2022, o SINASEFE seguirá no campo onde sempre esteve há 33 anos: na defesa intransigente dos direitos dos seus sindicalizados e de toda a classe trabalhadora.
Vamos lembrar um pouco sobre como foi o nosso 2021?
Outro Mundo é Possível!
O ano começou para o SINASEFE (e o Fonasefe) com a participação na 20ª edição do Fórum Social Mundial. Neste ano, devido a pandemia, o evento foi virtual e reuniu ativistas e organizações de 144 países, sendo realizado de 23 a 31 de janeiro.
Fóruns com a base
Em 2021 realizamos quatro Plenárias Nacionais com nossas seções sindicais. Todas elas aconteceram de modo virtual, devido a pandemia de COVID-19. Relembre casa um desses fóruns nos links abaixo:
- 166ª PLENA – 27 de fevereiro
- 167ª PLENA – 22 de maio
- 168ª PLENA – 28 de agosto
- 169ª PLENA – 6 de novembro
Fora Bolsonaro
A partir de maio, mesmo com a crise pandêmica, sindicatos, centrais sindicais, entidades estudantis, movimentos sociais e populares chegaram ao consenso em duas certezas: a primeira é que a COVID-19 é uma doença gravíssima e precisamos de todos os cuidados para evitar o vírus – do distanciamento social à vacina -; e a segunda é a de que temos um Presidente da República pior que o vírus.
Diante disso, não nos restou outra saída que não fosse pegar máscara, álcool 70%, respeitar o distanciamento social e organizar a luta nas ruas para derrubar Bolsonaro. Foram nove atos, com milhares de pessoas nas ruas, realizados em cidades do Brasil e do exterior. O SINASEFE participou de todos eles. Relembre:
- 29 de maio
- 19 de junho
- 3 de julho
- 24 de julho
- 18 de agosto – funcionalismo público
- 7 de setembro
- 2 de outubro
- 20 de novembro
- 4 de dezembro – mulheres
Impeachment
Em 21/05/2020 tínhamos apresentado, junto a movimentos sociais, populares e partidos de esquerda (PCdoB, PSOL e PT), um pedido de impeachment contra Bolsonaro.
Como melhorar isso para 2021? Apresentando um “Superpedido” de impeachment, junto a uma infinidade de partidos políticos, movimentos organizados e organizações. Esse “Superpedido”, que unificou praticamente todos os setores não-bolsonaristas da política nacional, teve a participação do SINASEFE e foi apresentado em Brasília-DF no dia 30/06:
PNLD Democrático
O SINASEFE participou e debateu frequentemente, a partir de março de 2021, a luta por um Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) Democrático, visando frear o avanço do governo Bolsonaro e seus retrocessos nos materiais didáticos das escolas públicas.
Realizamos um total de 11 lives sobre o tema. Confira todas elas em nosso canal de vídeos clicando aqui.
Formação política
Leitura dos clássicos da filosofia? Tivemos sim em 2021!
O SINASEFE divulgou em seu site e redes sociais o curso de extensão “Leituras do Jovem Marx – Atualidade do Espectro Vermelho”, oferecido pelo IFRJ em parceria com o Sintifrj – nossa seção sindical.
Foram seis aulas no total, no período de 21/05 a 02/07. Quer rever? Links abaixo:
- O itinerário teórico político do jovem Marx e a atualidade do marxismo
- Crítica da Filosofia do Direito de Hegel e Introdução
- Sobre a Questão Judaica e Glosas Críticas
- A situação da classe trabalhadora na Inglaterra
- Manuscritos Econômico-Filosóficos
- A Sagrada Família e A Ideologia Alemã
A temática da Educação teve destaque com a série de lives “Pedagogos Fundamentais da Educação Brasileira” (realizada de 30/03 a 12/12, pelo Programa Desenvolvimento e Educação Theotonio dos Santos da UERJ) e também com o curso “Fundamentos da Educação e Didática” (realizado de 19/10 a 30/11, pelo Centro de Produção da UERJ).
Relembre das lives abaixo:
- 30/03: Selma Garrido Pimenta
- 20/04: Luiz Carlos de Freitas
- 11/05: Vitor Paro
- 08/06: Gaudêncio Frigotto
- 14/07: Maria Amélia do Rosário Santoro Franco
- 10/08: José Carlos Libâneo
- 31/08: Sônia Kramer
- 14/09: Vera Candau
- 28/09: Nilda Alves
- 12/10: Acácia Kuenzer
- 16/11: Demerval Saviani
- 07/12: Paulo Freire
Patrono da Educação
E Paulo Freire, o último homenageado das lives “Pedagogos Fundamentais da Educação Brasileira” (ver acima), completou 100 anos do seu nascimento em 19 de setembro. Nós não deixamos de homenagear o nosso querido e eterno Patrono:
Cinema militante
Patrocinamos e divulgamos três documentários nesse ano de 2021. Reassista-os abaixo:
- A bolsa ou a vida – filme
- Dois Paulos na Pauliceia – filme
- Padre Julio Lancellotti: Fé e Rebeldia – filme
- Padre Julio Lancellotti: Fé e Rebeldia – análise
A escola quer voltar, mas o governo tem que vacinar
No começo do ano, durante o momento mais grave da pandemia no país, quando chegaram a morrer mais de 4 mil pessoas por dia pela COVID-19, o m(s)inistro da Educação, Milton Ribeiro, teve a ousadia de querer impor o retorno das aulas presenciais na Rede Federal de Ensino.
O SINASEFE foi contra esse absurdo. Fomos enfáticos em afirmar que, na condição de educadores, queremos voltar a dar aulas presenciais, mas nos recusaríamos a fazer isso pondo em risco a vida dos nossos estudantes e trabalhadores.
Relembre abaixo – basta clicar na imagem – todas as peças (vídeos, cards, spots, impressos etc) das duas etapas da campanha do SINASEFE “A escola quer voltar, mas o governo tem que vacinar”, que foi lançada em 9 de fevereiro e teve materiais disponibilizados até 16 de julho:
Portaria 983
A famigerada Portaria 983/2020 do Ministério da Educação (MEC), que prejudica a carga horária docente, a pesquisa nos Institutos Federais (IFs) e contra qual nosso sindicato luta desde o ano passado, vai terminar 2021 no caminho de ser derrotada.
Conseguimos aprovar em 01/12, na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, uma Proposta de Decreto Legislativo (PDL) que susta os efeitos da Portaria 983/2020. Relembre essa luta:
Divisão dos IFs
Um assunto que parecia ter morrido entre 2018 e 2019, que era o reordenamento dos Institutos Federais, voltou do cemitério para tentar nos assombrar. Mas a nossa luta impediu que ele avançasse!
O nome correto agora é outro: divisão. Não reordena nada – não criar nenhuma vaga, nenhum curso, nenhum campus. Serve apenas para criar 10 reitorias novas com a divisão de IFs já consolidados e dar a Bolsonaro a chance de nomear 10 reitores biônicos ao seu bel prazer.
O governo até queria, mas a nossa luta – articulada com as seções sindicais, outros sindicatos da Educação, movimento estudantil e parlamentares de diversos partidos de esquerda – freou esse ímpeto golpista de Bolsonaro. A última notícia sobre a divisão que temos para 2021 é de que Paulo Guedes (ministro da Economia) e Milton Ribeiro (ministro da Educação) estão em desacordo sobre o tema:
Defesa da Educação
Educação, minha querida: nós te amamos.
Claro que em 2021 lutamos em defesa da nossa maior bandeira: o ensino público, gratuito e de qualidade.
Como destaque, tivemos a Semana em Defesa da Educação Pública e Contra os Cortes, realizada de 6 a 10 de dezebro, em Brasília-DF, pelo SINASEFE – em conjunto com o Andes-SN, a Fasubra, a Fenet, a Ubes e a Une.
Os cortes de verbas; a divisão dos Institutos e Universidades Federais; e a Portaria 983 foram os eixos centrais das lutas dessa Semana. Relembre dela abaixo:
Reforma Administrativa? Não, obrigado!
E não poderíamos deixar de falar do nosso assunto mais comentado do ano: a PEC da Rachadinha!
Em 18 de agosto tivemos uma Greve Nacional dos Servidores Públicos Contra a Reforma Administrativa, que contou com a participação do nosso sindicato e das seções – que fizeram um belíssimo trabalho nas bases e garantiram a paralisação das atividades, como podemos ver no mapa abaixo:
Depois vieram 14 semanas de luta contínua: de 14/09 a 15/12 realizamos 13 jornadas em Brasília-DF e impedimos que o governo conseguisse os 308 votos necessários para aprovar a PEC 32/2020 – que privatiza os serviços públicos e aniquila os direitos dos servidores públicos e da população, que precisa dos serviços de qualidade.
Agora é comemorar? Não! É mobilizar ainda mais. Paulo Guedes, Bolsonaro e os parlamentares reacionários desse Congresso (que se vendem muito fácil) não podem ter um minuto de paz. Enquanto o texto não for arquivado em definitivo pelo Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), vai ter luta contra a Reforma Administrativa.
Relembre abaixo das lutas em Brasília-DF contra a PEC 32/2020:
- Jornada 1: 14/09 a 16/09
- Jornada 2: 20/09 a 23/09
- Jornada 3: 28/09 a 30/09
- Jornada 4: 05/10 a 07/10
- Mobilizações nas bases: 11/10 a 15/10
- Jornada 5: 18/10 a 21/10
- Jornada 6: 25/10 a 28/10
- Jornada 7: 03/11 e 04/11
- Jornada 8: 08/11 a 11/11
- Jornada 9: 16/11 a 18/11
- Jornada 10: 23/11 a 25/11
- Jornada 11: 30/11 a 02/12
- Jornada 12: 06/12 a 09/12
- Jornada 13: 14/12 e 15/12
E o Presidente da Câmara?
E o Arthur Lira? Ele nos deu trabalho, né? Antes do início desse ano, era um notório desconhecido da política nacional. As únicas coisas que sabíamos dele eram as denúncias na Justiça de violência doméstica contra a ex-mulher e do envolvimento nas operações Taturana e Lava Jato – que tinham lhe rendido o sequestro judicial de bens em 2016.
Pois bem, Lira começou o ano com uma “injeção de ânimo” do “Posto Ipiranga” em fevereiro – teve a eleição à Presidência da Câmara comprada por cerca de R$ 3 bilhões:
Mas nós não demos paz a ele:
Denunciamos o seu vale tudo na tentativa de comprar votos para aprovar a PEC 32/2020:
E terminamos o ano fazendo manifestações nas portas das suas residências.
Em Brasília-DF:
E em Maceió-AL:
Será que depois das poucas e boas que ele passou esse ano, vai ter coragem de enfrentar novamente os servidores públicos em 2022? Pode vir quente que estamos fervendo, Arthurzinho!
Voz aos dirigentes
Representantes da Direção Nacional (DN) e das seções sindicais que estiveram em Brasília-DF na última semana de luta contra a PEC 32/2020 fizeram uma live de balanço das atividades de 2021 no dia 14 de dezembro.
Está no clima de retrospectiva e quer continuar nele? Então dá uma assistida no vídeo integral da live logo abaixo:
Memorial
2021 foi um ano difícil. Talvez o mais difícil das nossas vidas. Sabemos que pra essa tragédia existe um culpado: Jair Bolsonaro.
Nesse ano, choramos as 200 mil mortes por COVID-19 em 07/01, choramos as 250 mil mortes por COVID-19 em 24/02, choramos as 270 mil mortes por COVID-19 em 11/03, choramos as 300 mil mortes por COVID-19 em 24/03, choramos as 450 mil mortes por COVID-19 em 25/05, choramos as 500 mil mortes por COVID-19 em 19/06 e choramos as 600 mil mortes por COVID-19 em 13/10.
A todos os nossos sindicalizados que nos deixaram em 2021, nossa saudade eterna e nosso agradecimento por todos os bons momentos que foram construídos em nossos espaços de convivência sindical.
Adilson Tessmann, Aldicea Craveiro, Antonio Carlos Clemente, Antônio Carlos Estanislau, Antônio Venâncio Castelo Branco, Carlos José, Carlos Renato, Daniel Nogueira, Elival dos Reis, Frank da Silva, Jefferson Rodrigo, João Carlos, Joel Gomes, Jonis David, José Antônio, José Carlos, José Carlos Barbosa, José da Silva, Laurivan da Silva, Marcos Costa, Marcos Goulart, Maria do Perpétuo Socorro, Mário Gilson, Monique Ridge, Raimunda Alves e Roquelane Batista: PRESENTES, hoje e sempre!
Com informações do SINASEFE Nacional