O PROGRAMA FUTURE-SE, PROPOSTA DO GOVERNO BOLSONARO PARA AS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR (IFES), FAZ PARTE DE UM PROJETO CAPITALISTA QUE HÁ SÉCULOS DITA A ORDEM MUNDIAL. NESSE CONTEXTO, O BRASIL TEM SIDO MERO SERVIÇAL
DESSE SISTEMA QUE MANTÉM, HISTORICAMENTE, O DOMÍNIO SOBRE O MUNDO DO TRABALHO E DAS IDEIAS.

O enriquecimento cada vez mais crescente da elite brasileira é construída sobre a desigualdade social que esparrama miséria país afora. Para conservar todo esse prestigio, a ruína da educação pública é peça fundamental nas políticas governamentais.

O projeto Future-se, apresentado pelo ministro da educação Abraham Weintraub como um programa em construção, significa a ruína das universidades e institutos federais. A propaganda do MEC deixa muito claro que o corte de verbas públicas deverá ser compensado pelo capital estrangeiro e as parcerias com o setor privado.

Foto: Taian Marques/Coletivo Foque

Para o professor Hugo Manso, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, “O future-se não tem futuro”. Ele explica que os cortes na educação já estão sendo refletidos no cotidiano da instituição. Uma crise que afeta alunos, professores e a comunidade que precisa dessas instituições federais, tão preciosas para a educação do nosso povo.

Diretor de imprensa e divulgação do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe Natal), Hugo Manso denuncia que o IFRN sofreu um corte de 27 milhões, causando um grande impacto no funcionamento da instituição. Hoje, a água dos bebedouros, assim como serviços de manutenção e limpeza são espécies em extinção. Pelo visto, o programa Future-se do Ministério da Educação já começou a destruir o “futuro” de milhares de alunos e professores das instituições federais de ensino, a exemplo do IFRN, onde a educação de qualidade está ameaçada pelo corte de verbas.

PARTICIPANTES DE UM CURSO QUE ESTÁ SENDO REALIZADO NO CAMPUS CIDADE ALTA DO IFRN SENTIRAM NA PRÓPRIA PELE ESSA TRISTE REALIDADE.

Nesta quinta-feira (29/8) a professora de produção audiovisual, Mary Land, pediu licença à turma para explicar a falta de água no bebedouro e o motivo dos banheiros fechados. Falta dinheiro.
A limpeza das salas de aula que era feita três vezes ao dia, agora só acontece a cada dois dias. Isso porque foi reduzido o número de trabalhadores desse serviço que é terceirizado. Só nesse setor foram 7 demissões recentes. “A culpa é do Bolsonaro!”, afirmou Mary Land ao lamentar a precariedade deixada pelo corte de verbas na educação.

No Rio Grande do Norte, além dos institutos federais, a política educacional do governo Bolsonaro representa uma ameaça para a UFRN e Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). Além do ensino público e gratuito, estão em jogo a pesquisa, a extensão, a autonomia administrativa e gestão pedagógica.

Ao invés da educação pública, o governo Bolsonaro faz do fuzil seu cartão postal favorito. A ordem é atirar contra a educação e demais políticas públicas para favorecer ainda mais os podres poderes e suas facções criminosas. Certamente, só a educação não é suficiente para romper esse lacre do imperialismo, mas a escola é um elemento fundamental que faz pensar as condições para sair dessa condição de serviçal do sistema. Já dizia o mestre Paulo Freire, “A apropriação da linguagem pelo oprimido é um ato potencialmente revolucionário”.

O negócio desse governo é acumular riqueza entre os seus e a propriedade privada de uma burguesia subdesenvolvida, que faz do jogo sujo estratégias para satisfazer seus privilégios a qualquer custo. A implantação do Future-se é uma dessas estratégias que vem para estrangular a estrutura das instituições federais de ensino. Junte-se a esse jogo de cartas marcadas a guerra ideológica camuflada pelo moralismo e a patriotice.

O RESPEITO ÀS IFES DEPENDE DA LUTA PELA GARANTIA DE UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA E GRATUITA.

Essa é mais uma batalha que tem a tarefa de impedir que programas impostos de cima para baixo, sem nenhum debate, sejam implantados pelo MEC. Ainda mais quando o objetivo real é usurpar o orçamento da união para favorecer interesses alheios através da privatização.

Nas escolas, universidades
Educadores, estudantes sedentos de direitos
Lutas, poemas palpitantes
Nas escolas, universidades, nas ruas
Inumeráveis panfletos

Com informações de Rogério Marques – Coletivo Foque