A pandemia do novo coronavírus levou diversos países a aderirem à medida de isolamento social para tentar barrar a proliferação do vírus. No entanto, a ação protetora também ampliou um problema preocupante: os casos de violência doméstica contra as mulheres têm aumentado no Brasil e no mundo.

Segundo dados da ONU Mulheres, na Argentina, Canadá, França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, autoridades governamentais, ativistas dos direitos das mulheres e parcerias da sociedade civil relataram crescentes denúncias de violência doméstica durante a crise e aumento da demanda para abrigo de emergência. Singapura e Chipre registraram um aumento de chamadas em mais de 30%. Na Austrália, 40% de trabalhadores e trabalhadoras da linha de frente em uma pesquisa de New South Wales relataram um aumento de pedidos de ajuda.

Estados brasileiros também se mostraram alertas com a situação e analisam números de registros da violência durante essa quarentena. Em apenas uma semana de isolamento no Brasil, o aumento de denúncias de violência doméstica na cidade do Rio de Janeiro foi de 50%. Paraná e São Paulo também registraram aumento dos registros.

De acordo com o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, 90% dos casos de violência contra a mulher acontece no ambiente doméstico, situação que na quarentena só se agravou, pois as mulheres estão potencialmente mais suscetíveis e expostas à violência doméstica por causa do isolamento, da dependência financeira, do aumento da convivência em casa, pela ausência de atividades diárias, distância da rede de apoio, controle maior do agressor, privação do ir e vir e ausência de serviços públicos disponíveis.

A diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, afirmou que a “violência contra as mulheres e meninas é pandemia das sombras e que esse aumento deve ser tratado com urgência com medidas incorporadas nos pacotes de apoio econômico e estímulo que atendam à gravidade e escala do desafio e reflitam as necessidades das mulheres que enfrentam múltiplas formas de discriminação”. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também fez um apelo global aos governos para fazer da prevenção e reparação da violência contra as mulheres uma parte essencial de seus planos nacionais de resposta à Covid-19.

A pandemia do coronavírus pode dificultar que uma mulher abandone seu parceiro e busque ajuda. É necessário que o governo ofereça todos os serviços necessários para que as vítimas sejam atendidas durante esse período de isolamento social. Existem alguns canais virtuais que também podem ajudar as mulheres nesse momento. Um deles é o Mapa do Acolhimento (www.mapadoacolhimento.org), uma plataforma que conecta mulheres que sofrem ou sofreram violência de gênero a uma rede de terapeutas e advogadas dispostas a ajudá-las de forma voluntária. Outro aplicativo interessante é o Penhas, desenvolvidos pelo AzMina, que permite o diálogo em ambiente seguro e a criação de um grupo de proteção para pedido de ajuda emergencial, além de oferecer informação sobre direitos e rede de proteção à mulher.

No Rio Grande do Norte, o governo do estado disponibilizou os contatos das Delegacias Especializadas em Atendimento à Mulher. Confira:

Natal – Zona Norte (Plantão 24h): 3232-5468 / 5469
Natal – Zona Sul: 3232-2526 / 2530

Parnamirim: 3644-6407

Mossoró: 3315-3536

Caicó: 3421-6040 / 6029

Mulheres, lembrem que suas vidas são mais importantes! Ao menor sinal de violência, não hesite em denunciar, ligue para a delegacia mais próxima ou para o 180, Centro de Atendimento à Mulher.

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