Em resposta aos ataques do governo Bolsonaro à Educação Pública, sobretudo ao recente corte orçamentário de 30% para as Universidades e os Institutos Federais, os servidores do IFRN deliberaram na última sexta-feira (10/05), em Assembleia Geral Unificada, por paralisar as atividades no dia 15 de maio, juntamente com os demais trabalhadores da educação. Na mesma plenária, a categoria também aderiu à Greve Geral dos Trabalhadores, mobilização convocada pelas Centrais Sindicais que será realizada em 14 de junho.

O encontro teve início com a apresentação dos informes. A professora Emanuelly Bezerra, coordenadora geral do SINASEFE Natal, explicou que os cortes de 30% no orçamento da educação impedirão que alguns campi mantenham todas as atividades que são desenvolvidas atualmente até o final do ano letivo. De acordo com a educadora, o governo não apresentou nenhuma justificativa para as medidas e ainda tem feito declarações em tom de chantagem, que caso a reforma da Previdência seja aprovada, os cortes poderão ser suspensos.

Ainda nos informes, os coordenadores Nadja Costa e Francisco Dias informaram sobre o andamento da discussão das mudanças no Currículo Médio Integrado e sobre as ameaças da reforma da Previdência. Segundo Nadja, a Pró-Reitoria de Ensino tem sido relutante em ampliar o debate sobre as mudanças no Currículo Integrado, enquanto isso a comunidade escolar tem demonstrado cada vez mais a necessidade de discutir essa temática. A coordenadora informou ainda sobre as atividades do GT de Educação, que tem visitado vários parlamentares em busca de apoio contra os cortes no orçamento das instituições de educação do país.

Francisco Dias trouxe para a plenária algumas informações sobre a reforma da Previdência e sua participação em audiências públicas pelo interior do Estado para discutir a proposta. Para o coordenador, o momento é de luta. “Não podemos deixar que a reforma da Previdência passe sem luta, o governo espera que nós estejamos pacíficos e nós precisamos dar nossa resposta nas ruas”, comentou o Francisco Dias.

Após os informes, a plenária foi aberta para as falas. Entre os participantes, Marcos Alexandre, coordenador da FENET e aluno do IFRN Campus Cidade Alta, comentou que os estudantes do RN se mobilizaram durante toda essa semana em defesa da educação pública. “O ministro da Educação diz que as universidades fazem balbúrdia, o que eu quero dizer é que balbúrdia, nós estudantes, vamos fazer nas ruas, mostrando a quantidade de pesquisa que as Universidades e os Institutos Federais produzem nesse país e o impacto positivo para a sociedade”.

A deputada federal Natália Bonavides também marcou presença na plenária e fez o chamado para a participação de todos nas mobilizações dos dias 15 de maio e 14 de junho, enfatizando que “o que importa, que tem capacidade de interferir nas pautas da política, é a mobilização popular daqueles que são diretamente atingidos pelas políticas que estão sendo implementadas por esse governo, uma política de destruição, não só na área da educação, mas em todas as áreas que afeta a população mais pobre, as mulheres, os negros e os mais vulneráveis”.

Para a deputada, os cortes no orçamento da Educação que tem como objetivo silenciar e sucatear os espaços que temos em nosso país para o debate público, plural e diversos, que são as Universidades e os Institutos Federais. “Esses cortes fazem parte de um projeto autoritário na área da educação, que vai muito além da questão de recursos, estamos falando de um governo que tem como pautas principais na educação a implantação da Escola sem Partido e a militarização das escolas”, pontuou Natália Bonavides, que também informou sobre as reuniões das Frentes Parlamentar em defesa dos Institutos Federais e das Universidades, que definiu como um dos encaminhamentos a “obstrução por Educação”, ou seja, os partidos de oposição estão obstruindo as pautas do Congresso Nacional, evitando que votações sejam feitas, dentro das regras do regimento interno da Câmara, como forma de pressionar e paralisar as pautas do governo. O grupo também protocolou denúncia contra os cortes no Tribunal de Contas da União e no Ministério Público.

A professora do Campus Natal-Central, Socorro Silva, falou sobre as reuniões do GT de Educação do SINASEFE Natal com os parlamentares do Rio Grande do Norte para buscar apoio e emendas para garantir a continuidade dos quatro anos do Ensino Médio Integrado no IFRN. Nas reuniões também foram discutidas o posicionamento dos parlamentares em relação a reforma da Previdência, a MP 873/2019, que trata da contribuição sindical, e o apoio aos desafios da Carreira dos Técnico-Administrativos em Educação (TAEs) do IFRN, que está ameaçada por uma proposta do atual governo.

O professor Dante Moura, do IFRN Campus Natal-Central, também falou na plenária e disse que que “é importante construir argumentos em defesa da Educação Pública, dos Institutos e das Universidades Federais. Precisamos ser um foco de resistência a esse desmonte do governo”.

Ele falou também da importância estratégica de ter uma luta conjunta com a gestão do IFRN, “pois existe dois lados de luta, o lado da defesa e o lado da entrega, e a gestão precisa decidir de que lado está”.

A adesão ao 15 de maio (Dia Nacional de Paralisação da Educação) e 14 de junho (Greve Geral dos Trabalhadores) foi colocada em votação e, por unanimidade, a Plenária decidiu aderir às mobilizações desses dias de luta contra os ataques à Educação e contra a reforma da Previdência. A Assembleia também contou com a participação dos estudantes do IFRN, que também votaram e deliberaram por aderir às mobilizações de 15 de maio e 14 de junho.

A Assembleia contou com a participação dos coordenadores gerais do SINASEFE Natal, Francisco Dias, Emanuelly Bezerra e Nadja Dantas; a secretária geral, Tânia Costa; o diretor de Comunicação, Hugo Manso; a tesoureira, Erivanda Tavares, a tesoureira adjunta, Izabel Almeida; o diretor de Aposentados, Aurir Marcelino; e o diretor de Formação Política, André Nobre.

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