Na tarde desta terça-feira (13/12), servidores e alunos do IFRN participaram do Ato político-cultural contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 55/2016 e demais retrocessos impostos pelo governo Temer. O ato, que também foi realizado em diversas capitais do país, teve início às 15h, com concentração ao lado do Shopping Via Direta e seguiu em caminhada até o IFRN Campus Natal-Central.

A PEC 55, que estava na pauta para votação no Senado, foi aprovada na manhã do dia 13 estabelecendo o congelamento dos investimentos públicos para os próximos 20 anos, inclusive para pastas fundamentais como saúde e educação. A PEC é anunciada pelo planalto como uma forma de controlar os gastos do governo e acalmar os mercados financeiros, em contraponto, especialistas já alertaram que a medida condena o país a um sucateamento progressivo dos serviços públicos.

Diante disso, movimentos sociais, universidades, centrais sindicais tem se mobilizado para alertar a população sobre os efeitos nocivos do projeto para todo uma geração de brasileiros.

Para a diretora de Formação Política do SINASEFE Natal e professora do IFRN, Aparecida Fernandes, o dia 13 de dezembro de 2016 será um dia triste para a história do país. “É inconcebível que um governo ilegítimo em conluio com o Congresso sabidamente desonesto elabore e aprove uma lei que influenciará o destino do país pelos próximos 20 anos”, explicou a professora.

De acordo com o diretor de Assuntos Jurídicos da Seção, Joás Andrade, o governo tem se dedicado a cortar direitos da população, mas mantêm seus privilégios. “O governo usa o controle dos gastos públicos como justificativa para uma medida que vai atingir quase que exclusivamente os mais pobres, ao mesmo tempo que ignora os supersalários do Judiciário e as aposentadorias milionárias dos políticos”.

Antes da manifestação, estudantes e servidores membros do Comando de Greve do IFRN confeccionaram cartazes, bandeiras e panfletos que foram distribuídos ao longo da caminhada. No início da concentração, membros das entidades presentes, assim como manifestantes, denunciaram o desmonte dos direitos sociais, promovido pelo Governo Federal. Mesmo diante da gravidade da aprovação da PEC 55, os manifestantes não se limitaram a protestar contra esta medida e durante todo o ato houve discursos denunciando projetos anunciados e alguns já aprovados pelos parlamentes, como a Reforma do Ensino Médio, a Lei da Mordaça e a mais recente proposta divulgada pelo Planalto, a Reforma da Previdência, que apesar de distintos, se alinham e representam ataques duros à Constituição e ao povo brasileiro.

No trajeto, grupos artísticos realizaram intervenções culturais simbolizando um cortejo fúnebre que velava os direitos sociais. Na chegada ao Campus Natal-Central, aconteceu o enterro simbólico de todos os direitos sociais perdidos após as investidas do Governo Temer. Nesse momento alguns manifestantes incendiaram pneus e interromperam momentaneamente a avenida Senador Salgado Filho. Por fim, o grupo acompanhou a apresentação-protesto do artista potiguar Júlio Lima. O ato contou com a participação de diversos movimentos sociais, Centrais Sindicais, estudantes secundaristas e universitários, além de servidores do IFRN.

O dia também foi de luta em outros Campi do IFRN. No Campus Santa Cruz, servidores e alunos realizaram um ato de luto no centro do município pela morte da educação e da saúde no Brasil e fizeram um cortejo para dar adeus aos direitos sociais. Os professores do IFRN Campus Ceará-Mirim, Stanley Medeiros, Ricardo Vilar e Edon Rudan, estiveram na emissora de rádio do município para falar sobre a greve no IFRN e as consequências para a educação caso os projetos de desmonte do serviço público apresentadas pelo governo Temer sejam aprovados. No Campus Caicó, o Grêmio Estudantil Seridó Sertão realizou a I Semana de Arte e Cultura GESS com a temática “A mulher e a sociedade: lutas, conquistas e perspectivas. O evento contou com mesas redondas, palestras e oficinas.