Na última sexta-feira (16/12), foi realizado em frente ao Condomínio Residencial Quatro Estações, no bairro de Candelária, o ato contra o racismo e em solidariedade à Flávia Carvalho, vítima de racismo e agressões por parte de duas vizinhas. A manifestação contou com a participação de centenas de pessoas que ao grito de “racistas não passarão”,  denunciaram o caso e exigiram justiça para Flávia.

Durante o ato, a advogada e militante dos Direitos Humanos, Renata Laize Lins, e a servidora do IFRN e líder do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Diversidade – NEGÊDI/IFRN, professora Socorro Silva, fizeram a leitura da “Carta aberta contra o racismo e em solidariedade à Flávia Carvalho”, organizada pela sociedade civil, os movimentos sociais, mandatos e cidadãos. A Carta foi entregue ao Secretário de Segurança Pública e Defesa Social do RN, Coronel Araújo, em reunião realizada na tarde da sexta-feira. Leia a Carta na íntegra AQUI.

Renata Laize disse que a Carta é uma convocação a toda a sociedade do Rio Grande do Norte para que possamos estabelecer uma luta antirracista. “Não adianta dizer que nós não somos racistas, a gente precisa lutar para que o racismo não aconteça mais. Para que essas atitudes que foram tomadas por essas mulheres não aconteçam mais”, destacou Renata.

Para a professora Socorro Silva, “o ato realizado em frente ao Condomínio Quatro Estações demonstrou a urgência, a necessidade e a prioridade de fazermos uma cruzada intensa e imediata em todos os níveis contra o racismo e as suas consequências. Expressar nossa solidariedade e companheirismo à Flávia Carvalho, mulher negra, oriunda da classe trabalhadora e ativista da luta antirracista, demonstra o quanto a luta antirracista e contra o machismo e sexismo nos une, articula e nos movimenta em defesa de uma causa central: o combate ao racismo, ao machismo, ao patriarcado e o combate ao sistema estrutural capitalista”. A professora ainda destacou que o ato em solidariedade à Flávia Carvalho foi um espaço de luta contra o racismo, por uma Natal antirracista e se constituiu como uma demonstração de força, coragem e resistência do movimento negro, das mulheres negras e de organizações e lideranças antirracista.

Em sua fala, Flávia Carvalho agradeceu o apoio de todos e todas, agradeceu por estar viva diante do ocorrido e reforçou que a luta contra o racismo é de todos nós. “Essa luta não é só minha. É de responsabilidade de todos combater o racismo”, finalizou Flávia.

O que aconteceu à Flávia, que era hostilizada constantemente pelas vizinhas, não pode voltar a acontecer. Atos racistas e violentos não podem passar a ser corriqueiros na nossa sociedade. Situações como essa precisam ser duramente coibidas e punidas. Pedimos justiça e punição às criminosas. Exigimos também que a Polícia Militar explique por que as racistas violentas não foram presas em flagrante de delito.

Mais uma vez, o SINASEFE Natal presta toda solidariedade à Flávia Carvalho, repudia veementemente a atitude das agressoras e exige das autoridades competentes a punição rigorosa que o caso requer.

> Entenda o caso
No último dia 07 de dezembro, quando saia para trabalhar, Flávia foi abordada por Regina dos Santos Araújo e agredida por Suedja Marcia dos Santos Araújo, filha de Regina, e ambas moradoras do mesmo condomínio que Flávia. Além das agressões registradas pela câmera do elevador do prédio, a dupla teria usado termos como “preta nojenta” e disseram que ela não “merecia morar naquele lugar”. Flávia registrou dois boletins de ocorrência (BO), sendo um por injúria racial e outro por lesão corporal.

✊🏿 Combater o racismo estrutural é nosso dever enquanto cidadãos! Todos e todas em defesa da equidade racial e pelo respeito ao próximo!

#SINASEFEnaLuta
#RacistasNãoPassarão
#TodaSolidariedadÀFláviaCarvalho