O SINASEFE Seção Natal participou na manhã dessa quarta-feira (20/02), na Praça da Sé em São Paulo-SP, da Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora. Convocada pelas Centrais Sindicais, a atividade, que contou com a participação de centenas de trabalhadores e integrantes de diversos movimentos sociais, fez parte do Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência Pública e contra o fim da Aposentadoria e teve como objetivo definir uma agenda conjunta e um plano de lutas contra a proposta de reforma da Previdência.
O presidente Jair Bolsonaro entregou na manhã dessa quarta-feira, no Congresso Nacional, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência. O texto apresenta vários itens que já haviam sido vazados nos últimos dias, como o fim da aposentadoria por tempo de contribuição e implementação da obrigatoriedade de idade mínima para aposentadoria de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres.
Também foram confirmadas a regra de transição de 10 a 12 anos, mudanças que afetarão igualmente os trabalhadores e trabalhadores da iniciativa privada, vinculados ao Regime Geral da Previdência Social (RGSP), e os servidores públicos, vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).
Presente na Assembleia, a coordenadora geral do SINASEFE Natal, Socorro Silva, chamou a categoria para a mobilização em defesa da Previdência e falou que a proposta apresentada pelo governo representa o fim da aposentadoria. “Nós, trabalhadores da educação da Rede Federal, devemos discutir nas nossas bases, precisamos construir saídas, resistir e dizer não a essa reforma que fará com que os trabalhadores morram sem conseguir ter acesso a aposentadoria”.
Também participaram da Assembleia, o servidor do IFRN Campus Lajes, Francisco Dias, e a funcionária do sindicato, Laurinete Silva. Para Dias “é um momento difícil de luta e resistência. Estamos vendo que os ataques são muito fortes, mas precisamos nos unir para barrar essa reforma que só traz prejuízos para a classe trabalhadora e para toda a sociedade brasileira”.
Diversos representantes das Centrais Sindicais e membros dos movimentos sociais que participaram da Assembleia criticaram duramente a proposta apresentada por Bolsonaro. Para eles, se essas medidas forem aprovadas, os trabalhadores e trabalhadoras irão morrer sem se aposentar.
O secretário Executivo Nacional da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, falou que “é preciso construir comitês de luta nos estados, locais de trabalho e moradia e organizar a mobilização. Essa Assembleia Nacional tem o desafio de apontar o início da construção de um dia nacional de lutas, rumo a uma nova Greve Geral no país”.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que “não existe reforma, o que Bolsonaro apresentou hoje é o fim da Previdência, fim da Seguridade Social no País”. Ele ressaltou, ainda, que os verdadeiros privilegiados, os políticos e a alta cúpula militar, não serão afetados.
O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, disse que a classe trabalhadora não abrirá mão da aposentadoria. “Os trabalhadores e trabalhadoras devem ter o direito de se aposentar garantido e não abriremos mão da luta por um país mais humano e menos desigual”.
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, falou que a reforma apresentada é contra o país e contra o futuro dos trabalhadores.
O secretário-geral da Interssindical, Edson Carneiro, reforçou que o dia de hoje marca o início do diálogo com a classe trabalhadora em defesa da Previdência e contra o fim da aposentadoria. “A extrema direita não tem nada a oferecer ao povo brasileiro. Eles querem destruir o Estado e entregar a Previdência para os banqueiros”.
Durante a Assembleia foi tirado um calendário de lutas que prevê, além de atos públicos, mobilização nos locais de trabalho e nos bairros de todos os municípios do País para dialogar com a população sobre as nefastas propostas da reforma. O calendário será apresentado até a próxima terça-feira (26). Também foi deliberado a realização de um dia nacional de lutas e mobilizações em defesa da Previdência Social Pública e contra o fim da aposentadoria, em data a ser estabelecida pelas centrais sindicais. Confira na íntegra todas as deliberação da Assembleia.
Em Natal, o Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência Pública contou com Plenária Deliberativa na Fetarn e em seguida, trabalhadores e integrantes de diversos movimentos sociais seguiram em caminhada para o encerramento com um Ato em frente a sede do INSS, na Apodi.
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