Assim como outras cidades do país, Natal também participou da onda de protestos pelo impeachment de Bolsonaro (sem partido) neste sábado (24), o #24JContraBolsonaro. A concentração da manifestação na capital potiguar começou por volta das 15h, na esquina da avenida Salgado Filho com a antiga Bernardo Vieira e atual Nevaldo Rocha, nome do pai de Flávio Rocha, dono do shopping que fica na esquina do ponto de encontro onde, tradicionalmente, acontecem as grandes manifestações políticas em Natal e que, nessa última semana, disse que “taxar fortunas diminui a desigualdade, mas empobrece os ricos”. Sim, pode revirar os olhos.
Houve registro de manifestações cobrando o impeachment de Bolsonaro em 471 municípios do Brasil e em 17 países diferentes. Só no Rio Grande do Norte, manifestantes realizaram protestos em 11 cidades: Natal, Parnamirim, Mossoró, Pipa, Pureza, São Miguel, Caicó, Extremoz, Montanhas, Jucurutu e Macau.
Desde o início da onda de manifestações, iniciada em maio, o 24J foi a mobilização que alcançou o maior número de municípios no Estado potiguar.
Pessoas que perderam parentes para a covid-19, sem teto, sem-terra, trabalhadores de entrega de alimentos por aplicativos, professores, estudantes, universitários, militantes dos direitos LGBTQIA+, políticos de esquerda, além de pessoas indignadas com a política de descaso do governo federal no enfrentamento à pandemia da covid-19, fecharam uma das faixas da Salgado Filho no sentido centro-zona sul por algumas horas. Durante todo o ato, houve distribuição de máscaras N 95 e de pequenos frascos de álcool em gel. Uma iniciativa de diferentes grupos que participaram da manifestação.
Além da diversidade dos diferentes grupos, o ato em Natal também teve muitos recados ao presidente da República em cartazes que lembravam o atraso na compra das vacinas e as negociatas para o superfaturamento na aquisição dos imunizantes, o que resultou na morte de milhares de brasileiros. Alguns manifestantes também usaram fantasias, como a do presidente segurando uma caixa de hidroxicloroquina, numa referência à medicação sem eficácia, mas defendida por Bolsonaro como cura pra covid-19, e distribuindo dólares, lembrando o esquema de propina de U$1 por cada vacina comprada pelo Brasil, caso descoberto na CPI da covid-19 em andamento no Senado Federal.
Os manifestantes avançaram na BR 101 e seguiram até a altura da praça de Mirassol, onde por volta das 19h, o movimento se dispersou. Esse é o quarto protesto em Natal pelo impeachment de Bolsonaro e contra as atitudes do presidente em relação à pandemia do novo coronavírus. O primeiro ocorreu em 29 de maio, o segundo em 19 de junho e o terceiro em 3 de julho. Neste domingo (25), o Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de mortes por covid-19, com 549.500 óbitos. Apenas os norte-americanos tem mais mortes pela doença, num total de 626.713 casos fatais. Além disso, o Brasil é o terceiro país com maior número de casos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e Índia.