“Todos os homens do mundo na medida em que se unem entre si em sociedade, trabalham, lutam e melhoram a si mesmos.”

Antonio Gramsci

O 1º de maio é uma data muito importante para a classe trabalhadora, dia de luta e resistência. A data também serve para comemorar nossos direitos já conquistados, porém, neste ano, os brasileiros não têm muito o que comemorar.

Em 2018, o Brasil celebra um 1º de maio com o desemprego em alta. De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março o desemprego passou de 12,3 milhões, no último trimestre de 2017, para 13,7 milhões, nos primeiros três meses deste ano. Os dados são um reflexo da implantação da Lei da Terceirização e da Reforma Trabalhista, que entrou em vigor em novembro de 2017 com a promessa do governo atual de gerar 6 milhões de empregos.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) mostraram que logo após a Reforma Trabalhista entrar em vigor o Brasil teve uma queda acentuada no número de empregos formais. No mês de novembro de 2017, quando a lei entrou em vigor, o saldo foi de -8.530 empregos formais. No mês seguinte, o saldo foi de -339.381, o pior resultado do ano.

Além do desemprego, a desigualdade entre gêneros persiste. Segundo estudos de mercado, as mulheres chegam a ganhar quase metade do salário dos homens nas mesmas funções. O emprego formal continua diminuindo em ritmo acelerado, segundo informou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo. Nos últimos quatro anos, o total de pessoas com carteira assinada encolheu em quatro milhões. Azeredo destacou ainda outro dado preocupante, as 4,3 milhões de pessoas (a maioria pardos e negros) em situação de desalento, que deixaram de procurar emprego. Esses dois, somados aos jovens que não estudam nem trabalham, compõem um exército de 26 milhões de pessoas que estão subutilizadas.

Na área da Educação, desde o golpe de estado de 2016, nós, trabalhadores e trabalhadoras em Educação, ficamos vulneráveis às políticas governamentais que não priorizam a educação pública. Só no governo ilegítimo de Michel Temer sofremos com a EC 95/2016, que reduz investimentos sociais por 20 anos; com a Base Nacional Comum Curricular-BNCC, que destrói o currículo escolar; com a Reforma do Ensino Médio; com a proposta de Reordenação dos Institutos Federais, que desmonta nossas instituições, precarizando a oferta de ensino; com o projeto Escola sem Partido, que fere a liberdade de cátedra; com a proposta de oferta de 40% do Ensino Médio via EaD. Sem contar a quebra de acordo de greve referente ao reajuste salarial da categoria, a retirada de vários cargos de Técnico-Administrativos e a retirada da estabilidade do servidor público.

Os dados nos mostram que os direitos dos trabalhadores brasileiros estão sendo suprimidos a cada dia e que o 1º de maio ainda exige de nós muita luta e resistência.

A origem do Dia do (a) Trabalhador (a) remonta a 1886, em Chicago (EUA), quando em 1º de maio deste ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia ocorreu nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores. No Brasil, as comemorações do Dia do Trabalho são realizadas desde 1895, mas somente em 1925 a data foi legalizada pelo então presidente Artur Bernardes, quando passou a ser feriado nacional. A partir de 1930, com Getúlio Vargas na presidência, o dia 1º de maio passou a ser o dia do anúncio de medidas favoráveis aos trabalhadores, como o estabelecimento do salário mínimo, medida divulgada em 1º de maio de 1940.

Neste ano, a celebração do 1º de maio em Natal foi realizada na segunda-feira (30/04). O ato alusivo ao Dia do (a) Trabalhador (a) reuniu trabalhadores e trabalhadoras de todo o estado, estudantes e representantes de diversos movimentos sociais, sindicatos, centrais sindicais e partidos políticos na Praça Gentil Ferreira, no Alecrim, em uma manifestação contra os retrocessos impostos pelo governo ilegítimo de Michel Temer e em defesa dos direitos dos trabalhadores. Os manifestantes também lembraram da morte da vereadora do PSOL/RJ, Marielle Franco, e de seu motorista, Anderson Gomes, crime que ainda está impune, e da prisão política e ilegal do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

O SINASEFE Natal esteve na articulação do ato com as demais entidades e fez-se representar com a fala da coordenadora geral, Aparecida Fernandes, que falou sobre os constantes ataques que a Educação vem sofrendo desde o golpe de estado e ressaltou os desafios da defesa da educação pública e dos Institutos Federais. “O passo que está sendo dado é o da destruição da educação pública federal. O grande projeto deles é privatizar e impedir que os filhos dos trabalhadores não tenham acesso à educação de qualidade e nós não podemos deixar que isso se aprofunde. O SINASEFE Natal conclama a todos que juntemos nossas forças e formemos um grande movimento de resistência”.

Neste Dia do (a) Trabalhador (a), a Diretoria Executiva do SINASEFE Natal parabeniza todas as trabalhadoras e todos os trabalhadores pelo seu dia e deseja que a data revitalize nossas forças para que continuemos na luta pela manutenção de nossos direitos e na busca por dias melhores para todos.

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