O SINASEFE Seção Natal realizou no dia 08 de fevereiro, no Miniauditório do IFRN Campus Natal-Central, sua primeira Assembleia Geral de 2019. Em pauta, análise de conjuntura, solicitação da prorrogação do mandato da atual diretoria do sindicato e a formação da Comissão para o processo eleitoral biênio 2019-2021.

O encontro foi iniciado com a análise de conjuntura sobre o momento atual e as perspectivas de futura com os representantes das centrais sindicais, Juscelino Bezerra, da CTB/RN; Dário Barbosa, da CSP-Conlutas; e José Teixeira, da CUT/RN, e o professor do Departamento de Ciências Sociais da UFRN, César Sanson.

Juscelino Bezerra fez uma análise do ponto de vista global observando como o centro da mídia está focada na Venezuela. Observou que a política progressista sofreu uma regressão, principalmente na América Latina, e isso fez com que o campo da esquerda perdesse espaços. Ele explicou que o atual momento político do país é uma síntese de lutas de classes, representado por vários atores. Falou sobre como o país elegeu o atual governo de extrema-direita e apontou alguns erros cometidos pela esquerda, como a falta de unidade e a criminalização do governo que foi feita por alguns setores. Juscelino finalizou sua apresentação chamando a atenção para a “construção da unidade no campo da esquerda e a criação de uma frente ampla que agregue vários setores da sociedade, procurando pontos em comum nessa atual conjuntura”.

O representante CSP-Conlutas, Dário Barbosa, falou que existe uma polarização social entre as classes, mas que não tem um resultado definitivo ainda e enfatizou que “isso é um reflexo do que está acontecendo no mundo, como nos Estados Unidos, na Europa e na América Latina. Mas com essa polarização não podemos dizer que a nossa classe está derrotada”, pontuou Dário, lembrando da grande mobilização para impedir a aprovação da reforma da Previdência.

Ainda sobre a reforma da Previdência, Dário Barbosa ressaltou que a ideia do governo é implantar o modelo de previdência chilena, que segundo ele é terrível. Dário encerrou dizendo que “se nós utilizarmos o critério da unidade, o espírito da luta e da compatibilidade que utilizamos na jornada de luta de 2017 contra esse governo, certamente ele terá muitas dificuldades de implementar suas medidas de ataques”.

O Professor Cesar Sanson, do Departamento de Ciências Sociais da UFRN, iniciou sua apresentação falando que “vivemos um momento difícil e sombrio com um cenário nada animador, mas a vida é dialética e a velocidade ou não de nós mudarmos essa conjuntura vai depender muito da nossa capacidade de reagir e construir a unidade, se mobilizar e explorar as contradições do governo”. Cesar falou que o que espanta é que o atual governo não apresenta nenhum projeto de políticas públicas e inclusão social, é um governo que está subordinado e atende absolutamente aos interesses de três grupos como os grandes importadores de commodities, a bancada ruralista, a bancada da bala e o mercado financeiro.

O Professor Sanson também falou sobre o projeto de lei anticrime apresentado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro. Segundo ele, o pacote tem que ser combatido porque é um projeto que tem uma concepção meramente repressiva de um juiz que não conhece a realidade do país e que tem uma visão tecnicista, judicialista e politivista. Esse pacote não resolve o problema de segurança do país, pelo contrário, vai agravar ainda mais aumentando o encarceramento, principalmente dos jovens, dos pobres e dos negros.

Sobre o governo Bolsonaro, Cesar falou que acha que o governo tem fôlego porque tem uma base de apoio parlamentar forte, tem uma base social com parte de seu eleitorado, e tem o poder financeiro do mercado que o apoia. Porém acha que o desgaste será rápido, porque não se sustenta um governo com uma agenda antipopular e o que vai segurar o governo no poder será a retomada da economia, porém não há sinais de crescimento econômico, há sinais muito lento dessa retomada. O professor finalizou dizendo que “devemos organizar essa resistência com a busca de pontos em comum, com uma agenda nacional de lutas, ir para as ruas, organizar um grande movimento nacional e não se acovardar diante dos desafios que estão postos”.

O representante da CUT/RN, José Teixeira, apresentou um panorama histórico da conjuntura do país desde a década de 80 aos dias atuais, lembrando da retirada de milhões de brasileiros do mapa da pobreza, dos investimentos na área da educação e de todo o processo de destruição das nossas conquistas, culminando com a derrubada do governo.

Falou sobre os ataques aos direitos dos trabalhadores com a terceirização e a reforma trabalhista, e disse que é preciso lutar para impedir a reforma da Previdência, pois se ela passar será a maior tragédia que a população vai sofrer.

Teixeira finalizou sua apresentação falando que “nós, trabalhadores, através das organizações, temos que nos unir. Temos pouca força no parlamento e sem a união das centrais não temos como enfrentar os tanques de guerra que vem do outro lado”.

Após a análise de conjuntura, a coordenadora geral da Seção, Aparecida Fernandes, apresentou os informes sobre o resumo das últimas atividades realizadas pela Seção e os eventos que contaram com a presença do sindicato e os que estão programados para os próximos dias, como a 157ª Plena que será realizada de 15 a 17 de fevereiro, em Brasília-DF; a Jornada de Formação: construindo a escola como espaço de emancipação, que acontecerá nos dias 20 e 25 de fevereiro, com a presença dos professores Dante Moura e Fernando Penna, respectivamente; o Dia Nacional de Luta e Mobilização com a realização da Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora no dia 20 de fevereiro, em São Paulo-SP; o debate sobre a reforma da Previdência na data provável de 15 de março com a Professora Luana Myrrha.

Aparecida também falou sobre o processo do Acorde Greve de 2015, informando que a Reitoria encaminhou o Termo para o SINASEFE assinar. A professora explicou que o sindicato, junto com a Comissão de servidores formada para discutir o Acordo de Greve, se debruçou sobre os relatórios de gestão, sobre os indicadores da instituição e que tinha chegado à conclusão que a greve de 2015 já estava paga pelos servidores e não tinha porquê a instituição está cobrando o pagamento dessa greve.

Sobre a jornada flexibilizada dos TAEs, a Professora Aparecida explicou que a gestão do IFRN deixou para os Diretores-gerais dos Campi  a manutenção ou extinção das 30 horas dos TAEs nos setores das unidades. Falou também sobre a questão dos relatórios de atividades para justificar a flexibilização. Informou que em reunião provocada pelos servidores da DIACIN/CNat, o diretor de Gestão de Pessoas do IFRN, Auridan Dantas, falou que mediante a análise desses relatórios, a flexibilização poderá ser implantada nos setores que apresentarem a necessidade.

Aparecida também informou sobre o afastamento do servidor Joás Andrade da função de coordenador do sindicato em virtude de ter sido convidado para assumir a 1ª Diretoria Regional de Educação e Cultura – DIREC/Natal.

Na Assembleia, também foi solicitada a prorrogação do mandato da direção e do Conselho Fiscal do SINASEFE Natal para março, que foi aprovada por unanimidade pelos servidores presentes. Também foram escolhidos dois membros para a Comissão Eleitoral para o pleito do biênio 2019-2021, os servidores Francisco Pontes, do IFRN Campus Natal-Central, e Aparecida Fernandes, do Campus Parnamirm. Ficou definido que os demais integrantes da Comissão serão indicados posteriormente pela direção do sindicato. Para participar da Comissão os servidores precisam ser sindicalizados. Os interessados em contribuir com o processo eleitoral podem entrar em contato com a secretaria da seção para obter mais informações.