“Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem.”

Rosa Luxemburgo

Neste 8 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher, data que simboliza a busca pela igualdade entre homens e mulheres. Mas esse dia de luta serve também para lembrar que mesmo passadas décadas de protestos das mulheres e de comemorações do 8 de março, as conquistas ainda são muito pequenas.

Hoje é um dia para festejar, porém, poucas celebrações temos a fazer, principalmente no que se refere à violência doméstica e a violência contra a mulher, onde temos dados alarmantes que mostram que a cada 7.2 segundos uma mulher é vítima de violência física (Relógios da Violência, do Instituto Maria da Penha).

Segundo o Mapa da Violência 2015, 4.762 mulheres são assassinadas por ano no Brasil. Os dados indicam, ainda, que 33% desses crimes são praticados por parceiros, e que, na última década, diminuiu o número de assassinatos de mulheres brancas e aumentou em 54% o de mulheres negras. Os números colocam o Brasil no 5º lugar do ranking de assassinatos de mulheres no mundo, evidenciando que é um dos países mais inseguros para se nascer mulher.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada em 2017 revelou que uma em cada três mulheres sofreu algum tipo de violência em 2016. O número é de 503 vítimas a cada hora. Dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado, mostram que no Rio Grande do Norte, a cada dia, 7 mulheres são vítimas de agressão e estupro.

Em relação à violência sexual, dados de 2016 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que houve 49.497 registros de ocorrências de estupro, um crescimento de 3,5%. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) analisou os registros de violência sexual utilizando os dados do Ministério da Saúde e concluiu que 89% das vítimas são do sexo feminino. E, no caso de estupros, 70% são cometidos por parentes, namorados, amigos ou conhecidos da vítima (IPEA, 2015).

A violência contra os homossexuais também apresenta dados assustadores. A presidente da Comissão de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Adriana Galvão, falou que nos primeiros quatro meses de 2017, o Brasil teve um aumento de 20% nas agressões contra pessoas LGBT. Em 2016, houve 343 mortes nesse grupo, 144 das vítimas eram travestis e transexuais.

E as mulheres da Educação também sofrem com a violência e enfrentam o assédio moral e sexual, além da falta de valorização salarial e da pequena ocupação nos espaços de poder e de decisão, seja nas instituições públicas ou privadas. Dados do questionário da Prova Brasil 2015, aplicado a diretores, alunos e professores do 5º e 9º anos do ensino fundamental de todo o país, mostram que mais de 22,6 mil professores foram ameaçados por alunos e mais de 4,7 mil sofreram atentados à vida nas escolas em que lecionam.

Esses números demostram o absurdo e o abismo que ainda existem entre as mulheres e os seus direitos. Mostram que as mulheres estão no topo da pirâmide da violência e na base da pirâmide do poder, e que temos que quebrar urgentemente esta lógica urgente.

Hoje é sim um dia de luta, mas é também um dia de resistência para que possamos ratificar que a violência contra a mulher não pode ser tolerada, justificada ou aceita. É um dia para irmos às ruas reivindicar nossos direitos e reafirmar a luta por uma sociedade livre do machismo, do racismo, da LGBTfobia, do feminicídio, da precarização do trabalho e da desigualdade de gênero.

Neste Dia Internacional da Mulher, a Diretoria Executiva do SINASEFE Natal parabeniza todas as mulheres do IFRN por se manterem guerreiras na luta por seus direitos e firmes no seu propósito de luta. Sigamos em frente unidas, na esperança da retomada da democracia e dos nossos direitos!

Diretoria Executiva do SINASEFE Natal